Para qualquer assunto relacionado com os combatentes podem contactar-me através do e.mail «maneldarita44@gmail.com»

sábado, 26 de abril de 2014

Heróis da Aguçadoura!

Ontem, dia 25 de Abril, houve cerimónias homenageando os ex-combatentes em várias localidades do país. Aqui bem perto de mim, na Aguçadoura, também assim aconteceu. Nunca tinha ouvido referir esse facto, mas nesta freguesia do concelho da Póvoa há um monumento em honra dos Combatentes da Guerra do Ultramar


e até um talhão no cemitério para onde foram trasladados os restos mortais do 9 filhos da terra que morreram nessa guerra. Soube pelas notícias que a cerimónia se tinha realizado e que são 9 (como aliás é visível no monumento) os filhos da Aguçadoura que tombaram em nome da Pátria.


A notícia veiculada pela Rádio Onda Viva não era muito clara, mas referia que a freguesia de Navais se tinha juntado à cerimónia e tendo em vista o número de bandeirinhas que se vê nesta imagem, o mais provável é que os seus mortos estejam também aqui sepultados. Na primeira ocasião hei-de passar por lá para tirar dúvidas e fazer uma fotografia mais ao meu jeito.

sexta-feira, 25 de abril de 2014

Valeu a pena esperar!

Finalmente chegou a informação que tanto esperava sobre a participação do nosso conterrâneo Joaquim Ferreira Dias na Guerra Colonial. Sem quaisquer comentários da minha parte vou deixar aqui na íntegra a mensagem recebida de um dos seus camaradas de batalhão.

Caro Camarada :

Vou responder às questões da sua mensagem, com os elementos que consegui reunir.

-- O camarada JOAQUIM FERREIRA DIAS foi nosso companheiro em Angola, como Soldado-atirador nº. 2863/1962, pertencente à Companhia de Artilharia 522 do Batalhão de Artilharia 525.

-- O Batalhão de Artilharia 525, composto pelas Companhias C. C. S. ; C.ART. 522 ; C.ART. 523 e C.ART 524 foi formado e mobilizado no Regimento de Artilharia 5 - Serra do Pilar-Vila Nova de Gaia.

Em 16/07/1963 depois de uma curta estadia em Viana do Castelo para preparação, seguiu para Lisboa onde embarcou no navio "UIGE" tendo chegado a Luanda (Angola) em 27/07/1963, "estagiando" alguns dias no Campo Militar de GRAFANIL (Luanda).

-- Em 04/08/1963 a C.ART 522 seguiu para BESSA MONTEIRO e as restantes seguiram para NANBUANGONGO onde fizeram uma "adaptação" à guerra com a experiencia do Batalhão do celebre Comandante TOTOBOLA.

-- Em 30/08/1963 a C.ART 522 seguiu para QUIPEDRO onde montou a sua base e as restantes avançaram mais cerca de 100 Kms para Norte para uma região ainda inexplorada chamada ENCOJE/MICULA.

-- Em 19/08/1964 o Batalhão deixa a "zona quente" e desloca-se para a região de CATETE ficando aí instalado na estrada que liga Luanda a Dondo e para Sul de Angola.

-- A C. C. S. ficou instalada em CATETE enquanto a C. ART. 522 ficou em BARRACA, a C.ART. 523 em CASSONECA e a C. ART. 524 em ZENZA DO ITOMBE, povoações da estrada acima referida.

-- Em 27/09/1965, cerca das 15H00 embarcamos em Luanda no navio "VERA CRUZ" e regressamos a Lisboa onde chegamos no dia 05/10/1965.



-- Mortos do Batalhão :

Tenente Coronel JOSE LOPES SANCHES FALCÃO ....... (Castelo Branco) - 25/01/1964 - ( C. C. S. )
Soldado CARLOS DE CASTRO SAMPAIO ..................... (Felgueiras) - 06/12/1963 - ( C. ART. 522 ) 
Soldado MANUEL JOAQUIM VIEIRA MARTINS ............... (Paredes) - 15/08/1964 - ( C. ART. 522 ) 
Soldado JOSE VELOSO GONÇALVES ........................... (Arcos de Valdevez) - 14/09/1963 - ( C. ART. 522 )
Soldado MANUEL CACHADA ......................................... (Vila Verde) - 03/09/1963 - ( C. ART. 523)
1º. Cabo ANTONIO TORRES FERREIRA ....................... (Trofa) - 15/08/1964 - ( C. ART. 524 )
Soldado MANUEL FERNANDO POMBO PINTO .............. (Setubal) - 13/09/1964 - ( C. ART. 524)

sexta-feira, 18 de abril de 2014

Ainda a CArt 522!

As minas foram, como se sabe, o pior dos inimigos dos nossos militares na Guerra do Ultramar Português. Principalmente nas picadas e nas pontes, mas também nos locais onde sabiam que os soldados tinham que ir recolher água para as suas necessidades diárias, as minas eram mais que muitas e todo o cuidado era pouco para evitar tropeçar com elas.
Em Moçambique, onde fiz a minha guerra, numa povoação das margens do Lago Niassa, não longe de Nova Coimbra, aconteceu um dos piores acidentes de que tenho ouvido falar envolvendo uma série de mortos e vários feridos. A província do Niassa ficou famosa por isso e foi até baptizada com o nome de «Estado de Minas Gerais» a zona do Lunho e povoações circundantes.
Mas não era só em Moçambique que havia minas. Também as havia na Guiné e em Angola, tal como se pode ler em imensos relatos feitos por ex-combatentes que enchem as páginas da internet. Na imagem abaixo podem ver-se alguns militares da Companhia de Artilharia 522, em que prestou serviço um dos nossos conterrâneos, na zona de Quipedro, em Angola, no momento em que recolhiam água para levar para o seu acampamento, aproveitando também para se refrescar do calor africano que, por vezes, quase fazia ferver o cérebro.


Unidades Militares - Lista!

A presente lista engloba toas as Unidades Militares em que prestaram serviço os Combatentes de Macieira. Como este trabalho ainda vai no início, a lista é relativamente curta, mas será actualizada cada vez que seja publicado o perfil de um novo combatente, desde que a sua Unidade seja  diferente das já listadas.
Como existem alguns casos que não se encaixam na descrição de Batalhão/Companhia, vou listá-los em primeiro lugar e depois seguir-se-ão, em ordem numérica crescente, todos os Batalhões e Companhias. Há também alguns casos de Companhias Independentes que ficarão listadas no início e com a referência C.I., em vez do número do Batalhão.

I - Pelotões
     De Morteiros 2005 - Guiné - 1968 a 1969

II - Comandos
     De Agrupamento 2950 - Angola - 1968 a 1970

III - Batalhões/Companhias
CART 6251 - Guiné - 1973
C.I.   252 - Cavalaria - Guiné - 1959 a 1961
C.I.   484 - Cavalaria - Angola - 1963 a 1965
525 / 522 - Artilharia - Angola - 1963 a 1965
1891 / 1559 - Caçadores - Moçambique - 1966 a 1968
1886 / CCS - Artilharia - Angola - 1966 a 1968
1893 / 1595 - Artilharia - Moçambique - 1966 a 1968
1911 / CCS - Caçadores - Guiné - 1967 a 1969
2869 / 2497 - Caçadores - Moçambique - 1969 a 1971
2872 / CCS - Caçadores - Angola - 1969 a 1971
2929 / 2692 - Caçadores - Angola - 1970 a 1972

IV - Fuzileiros
CF2 - Moçambique - 1962 a 1965
CF8 - Moçambique - 1965 a 1968
DFE11 - Moçambique - 1969 a 1972
DFE4 - Guiné - 1973 a 1974

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Batalhão de Caçadores 1911 - Guiné!

Há documentos importantes que fazem, ao fim e ao cabo, a verdadeira história da Guerra Colonial. Aquele que podem ver abaixo foi publicado por camaradas do Batalhão de Caçadores 1911 e por se tratar de uma Unidade Militar onde prestou serviço um ex-combatente de Macieira, o José Barbosa, decidi publicá-lo neste blog também.
Olhando para este documento entende-se melhor aquilo que se passou na Guiné e a quantidade brutal de vítimas que regaram com o seu sangue aquela antiga colónia portuguesa. Felizmente o nosso conterrâneo regressou são e salvo, com a graça de Deus.


Coisas que outros escreveram!

Hoje deparei-me com esta notícia na internet e decidi copiá-la para aqui, uma vez que tem a ver com a Unidade Militar em que prestou serviço o Viriato Barbosa.
Para aqueles que seguem este blog com algum cuidado, devo referir que o Viriato permaneceu em Angola durante mais dois meses, por causa do espólio do Batalhão, tendo regressado a Lisboa num navio diferente daquele que é aqui mencionado.

Nota cedida pelo veterano Agostinho Medroa:

Informação sobre o Batalhão de Caçadores 2872:

A unidade mobilizadora foi o RI2 então sito em Abrantes.
O Batalhão foi formado no Campo Militar de Santa Margarida tendo embarcado no Uíge em 8 de Maio de 1969 e regressado a Lisboa no Vera Cruz em 1 de Julho de 1971.

A sede do Batalhão esteve no Grafanil até Agosto de 1970 seguindo depois para o Lucusse (Zona Leste) onde foi rendido pelo B. Cav. 2902 em 13 de Junho de 1971.

As Companhias 2504 e 2505 estiveram no Norte (zona do Dange) e a 2506 esteve na Coutada do Mucusso. As três Companhias regressaram ao Batalhão na zona do Lucusse.

BART 1886 - Angola

À falta de melhor material para publicação neste blog, aqui fica uma montagem em video feita por um dos camaradas do Zé Rodrigues no Batalhão de Artilharia 1886 que fez comissão em Angola (Cabinda).

quarta-feira, 9 de abril de 2014

Dia do Combatente!

A Liga dos Combatentes no monte de S.Felix

Comemora-se hoje, em Portugal, o Dia do Combatente. A escolha desta data tem a ver com a batalha de La Lys e dos milhares de portugueses que ali deram a vida, há precisamente 96 anos.
A Liga dos Combatentes da Póvoa organizou a cerimónia em que esteve presente uma guarda de honra vinda do Quartel de Beiriz e que teve lugar na Praça Marquês de Pombal, junto ao monumento que ali existe. Todas as autoridades civis e militares da cidade estiveram presentes, houve discurso, uma coroa de flores e tudo o mais que é habitual nestas cerimónias.


Na falta de imagens da cerimónia de hoje ficam aqui as do ano passado que não devem diferir muito das de hoje, acredito eu.

domingo, 6 de abril de 2014

Combatentes - Joaquim Dias!

Nome - Joaquim Ferreira Dias
Nascido em 1942
Ramo das F.A - Exército
Especialidade - Atirador
Posto - Soldado
Mobilizado em - 16/7/1963
Unidade - Cart 522
Destino - Angola
Regresso - Novembro de 1965 (salvo erro).
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Infelizmente não consegui completar a informação que pretendia sobre este combatente. Um dos camaradas da mesma Companhia prometeu enviar-me os dados, mas, até hoje, nada de nada. Para não deixar o assunto adiado por mais tempo, publico aqui o que consegui e, se por acaso, aparecer mais qualquer coisa voltarei ao assunto.
Como era norma com quase todas as unidades, após desembarque no porto de Luanda o Batalhão 525 seguiu para o Grafanil, onde permaneceu por alguns dias até receber ordem de marcha para o posto que iria ocupar durante a comissão.


As Companhias, CCS, 522, 523 e 524, foram distribuidas pelos vários teatros de guerra na zona do Uíge e Bengo. Sabe-se que passaram por Bessa Monteiro, Quipedro e Catete, mas foi tudo o que consegui descobrir. Na internet não há nada relacionado com este batalhão, o que dificulta muito as pesquisas.

Instalações militares de Quipedro