Para qualquer assunto relacionado com os combatentes podem contactar-me através do e.mail «maneldarita44@gmail.com»

quinta-feira, 18 de junho de 2015

Abatido ao efectivo!

Na minha última deslocação a Macieira tomei conhecimento que o José Maria Ferreira da Silva, morador no lugar de Penedo, soldado atirador do Exército Português, que, tal como eu, viveu a Guerra Colonial nas matas de Moçambique, tinha falecido.
Infelizmente, não tive oportunidade de conversar com ele e não possuo a menor informação sobre a sua vida como combatente. A única coisa que consta das informações reunidas pela Casa do Povo de Macieira é que a sua comissão de serviço no Ultramar Português teve início em Abril de 1966 e terminou em Julho de 1968 e, como referido acima, em Moçambique.
Estes dados levam-me a acreditar que terá nascido em 1945, o que o fazia um ano mais novo que eu. Ele e o seu irmão António que se encontra emigrado em França, também ele combatente, como 1º Cabo do Exército e na Guiné, a viver, actualmente, um problema de saúde do foro oncológico, foram meus companheiros de brincadeiras nos tempos da meninice. Moradores na aldeia da Gandarinha (agora diz-se lugar, mas nesse tempo ainda era assim que nos referíamos aos lugares onde morávamos) e eu na do Outeiro, era forçoso que vivêssemos as nossas vidas em função uns dos outros. E depois, como nenhum de nós era filho de lavradores, não tínhamos a obrigação de acompanhar os nossos pais para o campo e tomar conta das vacas, enquanto eles se ocupavam dos seus afazeres e tínhamos assim mais tempo para nós próprios e para as nossas brincadeiras.
Diz-se, em Macieira, que foi um bom rapaz e um grande homem e esse é o melhor epitáfio que posso juntar a esta notícia do seu falecimento.
Descansa em paz, camarada!

domingo, 14 de junho de 2015

A Maçã II

Mito ou não, conta-se que foi à sua sombra, ao cair-lhe na cabeça uma maçã, que Isaac Newton, descobriu a lei da gravidade…
Fruto simbólico da juventude, da renovação e da regeneração, ela é o alimento dos deuses nórdicos, que se têm de manter jovens e fortes até ao dia do Ragnarok. Quando Iduna, a guardiã do pomar sagrado, encarregada de dar a cada um dos deuses uma maçã por dia é raptada com a conivência do deus Loki, os Aesir começam a envelhecer e é o próprio Loki que a vai resgatar, para que os frutos comecem de novo a ser distribuídos e a juventude retorne aos seus membros.
É também com 3 maçãs douradas que vai deitando pelo caminho, que Hipomene vence Atalanta na corrida, conseguindo assim casar-se com ela.
Deslumbrada pela beleza dos pomos dourados que lhe vão aparecendo, a jovem, que tinha feito voto de nunca casar, ao abaixar-se para os apanhar atrasa-se, tendo assim de renunciar à sua promessa!
O 11º trabalho de Hércules, era roubar uma maçã do Jardim das Hesperides, guardado pelo temível dragão Ládon.
Na mitologia celta e germânica a macieira é considerada a árvore da imortalidade. A ilha de Avalon, ou ilha das Macieiras, era a morada dos reis e heróis míticos falecidos. É aí que o Rei Artur descansa até chegar a hora do seu retorno, enquanto à sombra de uma delas, Merlin ensina as suas artes.
Nas lendas celtas, a Mulher do Outro Mundo envia a Bran um ramo de macieira, antes de o levar para o outro lado do mar.
Mas também é conhecida como o pomo da discórdia, quando, durante um jantar oferecido por Zeus aos deuses, e para o qual ele se esqueceu de convidar Érin, a deusa da discórdia, esta, aparecendo de surpresa, atirou para a mesa uma maçã com a inscrição “Para a mais bela”…
A disputa generalizada entre Hera, Afrodite e Atenas, que disputavam o título, foi de tal ordem, que o pai dos deuses, sem saber para que lado se virar, astuciosamente convidou Páris, o príncipe troiano, para servir de juiz… O resultado foi a Guerra de Troia e Helena é que ficou com a culpa!

sábado, 13 de junho de 2015

Visita à Santa Terrinha"

Estou de partida para Macieira. Foi marcada, para este dia, uma homenagem a alguns Macieirenses que, no passado, dedicaram algum do seu tempo e capacidades para gerir a coisa pública. Também eu fui convidado a estar presente e, como todas as desculpas servem para visitar a terra que me viu nascer, aceitei.
Estou com algumas esperanças que a visita me possa proporcionar alguns dados que me permitam continuar com as publicações sobre os ex-combatentes da Guerra do Ultramar. Como tenho já referido várias vezes, sem uma ajuda de alguém que lá viva a tarefa torna-se praticamente impossível.
Vou pôr-me a caminho agora mesmo e no regresso veremos o que trago na sacola!

quinta-feira, 11 de junho de 2015

A Maçã I

Na religião cristã está associada à queda do Homem. Símbolo do conhecimento e da sabedoria, estava colocada no centro do jardim do Éden, como a árvore da ciência do Bem e do Mal, sendo proibido a Adão e Eva comerem do seu fruto. Ao fazê-lo, provocaram a sua expulsão do Paraíso, mas no livro do Génesis, na descrição do Paraíso, nada consta sobre qual seria a espécie dessa árvore. Porquê então a macieira?
Em latim, maçã diz-se “malum” a mesma que serve para designar “mal”, e a sua utilização generalizada como símbolo de amor, fertilidade e imortalidade, contribui para que ela se tornasse conhecida como o fruto da tentação!
E que o diga a Branca de Neve, que não conseguiu resistir ao encanto da maçã vermelhinha que a Bruxa Má lhe oferecia…Mas ao invés de a matar, e apesar do veneno que continha, as suas propriedades benéficas foram mais fortes, e a princesa entrou num sono benéfico que protegendo-a do envelhecimento, a manteve sempre bela, jovem e saudável até à chegada do seu Príncipe Encantado.
Dizem que na Arménia, quando um narrador acaba de contar a sua história, acrescenta: “E do céu caíram três maçãs, uma para quem a contou, outra para quem a pediu e a terceira para quem a ouviu…”

segunda-feira, 8 de junho de 2015

A Macieira - Para manter viva a chama!

Não são palavras minhas, mas vale a pena ler.


Podendo atingir excepcionalmente 10 metros. de altura, a macieira é uma árvore da família das «Rosaceae», pertencente ao género «Malus». De porte pequeno a médio, folha caduca, copa mais ou menos arredondada, ramificada, as suas belíssimas flores de um branco-rosado que surgem durante a Primavera, são um regalo para a vista.
Conhecida desde o Neolítico, é originária da Ásia, preferindo os climas temperados uma vez que necessita de baixas temperaturas no Inverno para obter uma abundante floração, é provavelmente a árvore cultivada há mais tempo.
O seu fruto, a maçã, do ponto de vista científico, não é um fruto, mas sim um pseudo-fruto. O facto de se poder conservar muito tempo em boas condições, sem perder o seu valor nutritivo, especialmente durante o Inverno quando os frutos não abundam, fez dela uma reserva alimentar importante através dos tempos.
Além disso, contém vitaminas B1, B2, Niacina, sais minerais, fósforo e ferro, sendo rica em pectina, que ajuda a baixar os níveis de colesterol, e também em quercetina, que ajuda a evitar a formação de coágulos sanguíneos. Como em quase todos os frutos, a maioria destas propriedades encontram-se na sua casca.
Todos conhecemos o provérbio “Uma maçã por dia, teu coração alivia” ou “Uma maçã por dia mantém o médico longe” (do inglês, an apple a day keeps the doctor away).
É também utilizada na confecção de bebidas alcoólicas como a sidra.