Para qualquer assunto relacionado com os combatentes podem contactar-me através do e.mail «maneldarita44@gmail.com»

quarta-feira, 6 de março de 2024

Lembrar os mais novos

 Sim, porque os mais velhos já embarcaram ou estão prestes a embarcar para a última comissão de serviço, aquela que se prolongará por toda a eternidade. Ninguém quer entrar nessa, mas isso é como o antigo Serviço Militar Obrigatório (SMO) que vigorou ainda durante alguns anos, após o fim do Império Português do Ultramar, tens que alinhar quer tu queiras quer não.

Já pedi ajuda à Casa do Povo para me actualizar a lista dos combatentes que eu criei numa folha de Excel, logo depois do nosso almoço convívio que foi organizado pela Junta de Freguesia, há já bastantes anos. Mas eu desconfio que, nessa altura, foi a motivação política que esteve por trás desse convívio, assim uma espécie de campanha para as eleições autárquicas que se aproximavam. Os políticos de então já arrumaram as botas e, por conseguinte, não há qualquer interesse no assunto dos combatentes. Se tivessem tombado em combate um ou vários macieirenses, talvez a coisa tivesse mais interesse, assim é para esquecer.

Só que os que lá andaram e tiveram a sua vida em risco, que viveram com o medo de não regressarem a casa, ou aguentaram todas as adversidades próprias de qualquer guerra, como o frio, o calor, a fome ou as doenças, nunca o vão esquecer. Só a morte os libertará dessas lembranças!

Rio Zaire, norte de Angola

terça-feira, 30 de janeiro de 2024

Sem notícias!


No passado dia 22 de Janeiro, enviei um mail à Casa do Povo, pedindo que me fornecessem informação sobre os combatentes sobrevivos. Até hoje, não recebi qualquer resposta e desconfio que a única lista existente era aquele placard montado em cima de um tripé, feito com 4 ripas de madeira, em que foram rabiscados os nomes de toda a gente. Se é esse o caso e a guardaram (como deveriam ter feito) talvez eu tenha sorte, caso contrário ... bem posso esperar.

Que eu tenha conhecimento, já faleceu uma boa meia dúzia, mas acredito que o número deve ser muito maior. Mas como não tenho qualquer maneira de resolver o problema, nem tão pouco sei quem é a actual direcção, o único remédio é esperar e ver o que acontece.

Já fui 2 ou 3 vezes a casa do Leopoldino Fonseca para pedir a sua ajuda, mas ninguém me atendeu, até parece que lá não mora ninguém!

segunda-feira, 22 de janeiro de 2024

Os combatentes tombam como folhas em dia de vento!

 Há muito que não ligo a mínima a este blog. Ninguém me passa cartão e tenho mais em que pensar!

Hoje, vi no Facebook a comunicação de um falecimento no Canadá. Pela idade ele devia fazer parte dos «Combatentes de Macieira», mas fui espreitar na lista e ... nada!

Será que não foi à tropa? Ou já estava no Canadá, quando atingiu a idade de recrutamento?

Contactei a Casa do Povo para ver se me conseguem dar algum esclarecimento.

quinta-feira, 28 de dezembro de 2023

Em jeito de balanço!

 Desliguei-me por completo deste blog. Tarde e a más horas percebi que a Casa do Povo de Macieira organizou aquele famoso almoço de confraternização, em Junho de 2013, por meras razões políticas. E, como todos os meus conterrâneos sabem, uma ramada depois de vindimada só lá ficam as folhas  e algum pequeno "gaipo" que tenha escapado ao vindimador.

O último acontecimento que atraiu a minha atenção foi a morte do Serafim Farinheiro, depois disso só me lembro dos Combatentes de Macieira quando me cruzo com o Tone Gigueiro que mora aqui perto do lugar onde eu moro também.

Vim apena desejar umas Boas Entradas no Ano Novo de 2024, para o caso de alguém passar por aqui!


quinta-feira, 17 de fevereiro de 2022

Manuel Costa Fonseca!


Texto extraído do blog do Luís Graça

Companhia de Artilharia nº 6251/73

A Companhia de Artilharia nº 6251/73 foi mobilizada no Regimento de Artilharia Pesada nº 2, na Serra do Pilar, em Vila Nova de Gaia.
Em 11 de Abril de 1974 embarca em Lisboa, rumo à Guiné, chegando a Bissau em 17 desse mesmo mês.
Foi para o Centro de Instrução Militar, em Cumeré, onde iniciou a Instrução de Aperfeiçoamento Operacional a 21 de Abril de 1974. A instrução é interrompida, tendo a subunidade seguido para Mansabá, assumindo a responsabilidade do subsector substituindo a Companhia de Artilharia nº 3567, passando a integrar o dispositivo de manobra do Batalhão de Caçadores nº 4610/72 e posteriormente do Batalhão de Cavalaria nº 8320/73.
Depois de efectuar a entrega do aquartelamento de Mansabá ao PAIGC, em 03 de Setembro de 1974, esteve temporariamente em Nhacra, donde seguiu para o subsector de Safim, onde rendeu em 10 de Setembro de 1974 a Companhia de Cavalaria nº 8355/73, ficando integrada no dispositivo do COMBIS – Comando de Bissau, deslocando forças para o destacamento de Capunga.
Procede à entrega, ao PAIGC, do aquartelamento de Safim em 12 de Setembro de 1974, recolhendo a subunidade a Capunga, que entrega em 27 de Setembro de 1974, ficando a aguardar embarque até 03 de Outubro de 1974, data em que regressa.

© José Marcelino Martins – 13 de Maio de 2009

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2022

Menos um combatente!

 


Desta vez, foi o Manuel Alves Vieira que recebeu a Guia de Marcha e seguiu para outra dimensão, onde mais dia menos dia nos encontraremos todos de novo.

Fez a sua comissão num Pelotão de Morteiros e quando lhe perguntei como tinha sido a sua experiência de guerra respondeu-me que nunca tinha visto nada, passou o tempo metido no buraco, onde o meteram para sua protecção. O morteiro disparava-se para o ar e nem a cabeça tinham que pôr fora do buraco para apontar!

Que Deus lhe dê o eterno descanso!

quinta-feira, 27 de maio de 2021

Nota de falecimento!

 


Este blog está pouco menos que abandonado, mesmo assim um facto relevante como o falecimento de um camarada combatente obriga-me a vir aqui dar-vos a notícia.

David Ferreira de Oliveira (ao centro na foto) faleceu, anteontem, dia 25 de Maio, com 84 anos de idade. Cumpriu o seu dever como oficial do Exército, combatendo na Guerra Colonial, em Angola.

Paz à sua alma e condolências à família e amigos!

quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

Mais vale tarde que nunca!


Em 17 de Maio de 1967, tendo sido mobilizado pelo Regimentode Cavalaria 7 (RC7-Ajuda) para servir na Província Ultramarina
de Angola, embarcou em Lisboa no NTT 'Vera Cruz' rumo ao porto
de Luanda, como alferes miliciano de cavalaria, comandante de
pelotão da Companhia de Cavalaria 1705 «INFERNAIS» do
Batalhão de Cavalaria 1917 «DINOSSÁURIOS».

A partir de 12 de Junho de 1967 ficou instalado com a sua
subunidade, na Fazenda Santa Isabel (área do posto administrativo
de Aldeia Viçosa, Quitexe, Dembos meridionais).

Em 22 de Julho de 1969, completada a sua comissão ultramarina,
iniciou no porto de Luanda a torna-viagem a bordo do NTT 'Vera Cruz',
tendo arribado a Lisboa no dia 1 de Agosto de 1969.

Em 1 de Dezembro de 1969 considerado tenente miliciano na
situação de disponibilidade.

N.B. - Extraído do site «Ultramar Terraweb»

Notícia de óbito!

 Na minha passagem por Macieira, esta semana, tomei conhecimento que tinha já falecido, no passado mês de Fevereiro, um dos nossos camaradas Combatentes de Macieira, o Armando Campos que cumpriu a sua comissão de serviço, em Angola, entre 1967 e 1969, com o posto de alferes miliciano.

Já se passaram anos, desde que eu me dedicava a sério a este blog e o mais provável é que tenham morrido outros camaradas de que não tomei conhecimento. Há muitos que moram fora de Macieira, alguns até no estrangeiro, e é muito difícil manter essa informação actualizada. A única alegria que me resta, em relação a este particular, é que são tão poucos os leitores que por aqui passam que ninguém sentirá a falta dessa informação.

Paz aos mortos e um abraço aos que continuam a luta neste mundo. E já agora um FELIZ NATAL e um PRÓSPERO ANO NOVO, já que estamos quase a chegar lá.

N.B. - Para visualizar fotos e perfil do combatente ver o post seguinte.

sábado, 29 de fevereiro de 2020

Ainda ando por aqui!


Hoje, dia 29 de Fevereiro (um dia raro, portanto), passei por aqui e não quis sair sem deixar duas palavras. Combatentes de Macieira são muitos, não consigo é encontrá-los e falar com eles dos velhos tempos passados em África e das dificuldades e medos que por lá viveram. Este blog que devia falar apenas de combatentes já teve de tudo um pouco, na maior parte coisas que nada tem a ver com a vida dos nossos combatentes. Enveredei por esse caminho para manter o blog vivo, à espera que se desse o milagre e aparecesse alguém com vontade de me ajudar, mas isso não aconteceu, até hoje. Foi um sonho e foi bom enquanto durou. Coisas da vida!!!

quinta-feira, 11 de maio de 2017

Notícia de óbito!

Chegou ao meu conhecimento que faleceu recentemente António da Silva Martins, mais conhecido em Macieira pelo nome de António Sousa. Começou por queixar-se de um problema nos pulmões e não tardou a ser hospitalizado com grande dificuldade em respirar. Não posso afirmar com segurança, mas admito ter-se tratado de cancro nos pulmões, em estado muito adiantado quando foi detectado.
Tanto quanto consegui saber, foi enterrado no cemitério de Macieira, há cerca de uma semana.
Dever cumprido! Que descanse em paz!

quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

A todos um Bom Natal!


O blog foi, mais ou menos, abandonado, mas isso não quer dizer que não possa vir aqui desejar as Boas Festas a um qualquer visitante ocasional que se perca por estas bandas.
E que o Novo Ano de 2017 seja um pouco melhor que este velho que está quase a bater a caçoleta!

sábado, 2 de abril de 2016

Almas penadas e cães danados!


Já que os combatentes não aparecem para me ajudar a preencher estas páginas, vou contar-vos mais uma história verídica que se passou comigo, aí pela altura em que eu tinha 10 anos de idade e que tem a ver com almas penadas e outras coisas que tais.
Com 6 anos e meio de idade eu ia todos os dias a pé para a escola de Courel, onde frequentei a 1ª Classe, por falta de lugar na Escola da D. Alexandrina do Couto. Como podem imaginar, nos meses de inverno era ainda de noite quando saía de casa e me fazia ao caminho pelos Eiteirais fora. Isto para dizer que eu não era de ter medo e andava na rua, de noite ou de dia, sem o mínimo problema.
Mas vamos lá à história que vos quero contar. Dizia-se que na Pedra Fita apareciam bruxas, à meia noite, quando era maré de Lua Cheia. E onde há bruxas, anda também o mafarrico e outras entidades da mesma família. Sabendo isto, cada vez que passava na Pedra Fita, depois do sol pôr, eu olhava por baixo do bigode para um e outro lado da estrada, a ver quando via uma dessas criaturas passar montada na sua vassoura. Feliz ou infelizmente, nunca tive o prazer de um tal encontro.
Como sabem, a minha mãe era a costureira mais reclamada da freguesia e não havia sábado (à noite) que não fosse preciso ir levar uma peça de roupa acabada à pressa, por vezes já à luz do candeeiro de petróleo. para uma qualquer lavradeira estrear na missa do dia a seguir, domingo. Umas vezes era para Gueral, outras para Chorente e até para Courel. Como as minhas duas irmãs mais velhas já funcionavam como ajudantes da costureira-mãe, era a mim que cabia a tarefa das entregas.
Um certo dia calhou-me ir a Gueral, aldeia da Ribeira, lugar que fica quase a chegar ao S.to Amaro de Chorente. Saí de casa ao escurecer e enquanto fui e regressei era noite cerrada quando passei pela Pedra Fita. Como de costume, deitei o rabo do olho para ambos os lados da estrada e não vi nada. Andados uns metros senti uns passinhos miúdos atrás de mim. Parei, virei-me para trás e vi um cão magricelas, de perna alta, que trotava atrás de mim. Quando parei ele parou também. Recomecei a caminhada e ele toc...toc...toc... sempre atrás de mim. Parei de novo e ele parou também. Aí comecei a ficar nervoso e a recordar todas as histórias de lobisomens que já tinha ouvido.
Comecei a assobiar para espantar o medo e fui andando até chegar ao cruzamento com o caminho que desce para a Gandarinha e a azenha do Tio Avelino Mariano. Aí chegado, abaixei-me de repente, apanhei uma pedra na valeta e virei-me para acertar com ela no cão cujos passinhos eu continuava a ouvir ecoar na minha cabeça.
Mas quando virei os olhos para o lado de Gueral, dali atá à Pedra Fita, não havia nada nem ninguém. Nem cão, nem bruxa, nem o diabo que os carregue. Acelerei o passo até chegar a casa e contei o acontecido à minha avó. Ela benzeu-se e disse apenas - Vade Retro Satanás!

sábado, 27 de fevereiro de 2016

Pouco a dizer!

Só para que não passe em branco o mês de Fevereiro, quero deixar aqui meia dúzia de palavras. Esta semana recebi um mail do Cândido Macedo, Cabo Clarim da Companhia CCS do Batalhão 1886 que prestou serviço em Cabinda. Por coincidência a mesma Companhia e Batalhão do José Rodrigues que já mereceu mais que uma referência neste blog.
O Cândido gostava que eu o pusesse em contacto com o resto do pessoal do seu Batalhão, mas o meu azar, para além de não ter servido no Exército, não conheço ninguém além do meu conterrâneo e já citado José Rodrigues. E os poucos comentadores que têm visitado este espaço, que me lembre, nunca deixaram qualquer comentário a respeito da Unidade Militar a que o Cândido pertenceu.
É uma inegável evidência que computadores e ex-combatentes não são contemporâneos e isso não ajuda nada a publicitação deste espaço. 

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Por onde andou o Zé Vieira!

Comentário deixado por Carlos Valente na mensagem sobre o Zé Vieira:

"O nosso Pelotão (Pelotão de Morteiros 2005), composto de 48 homens (1 alferes, 1 Sargento, e dois Furriéis) embarcou no Uíge, em Lisboa, no dia 10 de Janeiro de 1968, com destino a Bafatá.
O nosso Pelotão era um «Pelotão Independente», o qual estava dividido em esquadras compostas por um cabo e dois municiadores e que oferecia apoio aos vários destacamentos, como eram Banjara, Cambajú, Sumbundo, Sare Ganá, Cantacunda e Sare Banda, por um tempo de dois meses. Depois de cada dois meses de missão, as esquadras regressavam a Bafatá e eram substituídas por outra esquadra"

sábado, 16 de janeiro de 2016

Angola - Como tudo começou!

Pequeno excerto de uma peça jornalística sobre as causas próximas da Guerra Colonial em Angola.

Nestes meios nacionalistas sentiu-se a necessidade imperiosa de oposição ao sistema colonial, logo a seguir às primeiras independências africanas, mas especialmente a seguir à do Congo Belga, em Julho de 1960. Foi aliás, na sequência deste sentimento, que se planeou o assalto a duas prisões em Luanda: a Casa de Reclusão Militar e o Forte de São Paulo, com o intuito de libertar alguns presos nacionalistas.
De Leopoldville, onde estava exilado, Holden Roberto desaconselhou este projecto, sobretudo porque em Luanda, e torno da UPA, se movimentava apreciável número de mulatos, que não eram da confiança de Holden Roberto. Mas também porque ele desejava iniciar a guerra com uma insurreição de grandes proporções, já em preparação para a zona Bacongo, onde as raízes da UPA eram muito profundas. Contudo, os conspiradores de Luanda não só não detiveram a mobilização, como aceleraram a sua execução, a fim de aproveitar a presença na cidade de dezenas de jornalistas estrangeiros atraídos pelo assalto ao paquete SANTA MARIA, que poderiam vir a sensibilizar o mundo para a situação colonial portuguesa. Entre cerca de uma centena de participantes na acção, o núcleo principal era formado por protestantes ligados à UPA, havendo também estudantes católicos do seminário de São Domingos e alguns simpatizantes do MPLA e de outros grupos, porque o conceito destas militâncias não era então muito rígido.
O ataque iniciou-se na noite de 4 de Fevereiro. O balanço oficial de vítimas foi de cerca de 40 assaltantes e de 7 polícias, já que as forças portuguesas, recuperadas da surpresa inicial neutralizaram com facilidade o ataque realizado com «catanas e varapaus». Nos dias seguintes, e em especial no dia do funeral dos polícias mortos, os colonos brancos e as forças militarizadas desencadearam violenta repressão nos bairros negros de Luanda, que durou cerca de um mês. Curioso foi que o MPLA, cuja direcção estava exilada em Conacri, reivindicou a acção, enquanto a UPA se remeteu ao silêncio. 
O conselho de segurança da ONU foi convocado para apreciar os acontecimentos de 4 de Fevereiro. A UPA, assessorada por conselheiros americanos, pretendeu aproveitar a oportunidade para conseguir as simpatias mundiais para a sua causa, o que levou a preparar uma sublevação geral de grande parte da região norte de Angola, incluindo São Salvador, Uije, Dembos, Luanda e Cuanza Norte. Nesta zona, a partir de 15 de Março, elementos da UPA e os seus seguidores destruíram tudo o que encontraram pela frente: fazendas, postos administrativos, destacamentos policiais; atacaram brancos e negros, crianças e mulheres, numa onda nunca vista de chacinas e assassínios.
As vítimas cifraram-se em cerca de 1.000 brancos e de 6.000 negros. Esta actuação da UPA não só contribuiu para um profundo movimento de revolta dos colonos brancos, como deu ao Governo Português o argumento final de que necessitava para envolver o país numa guerra sem quartel contra qualquer movimento ou expressão nacionalista. Demonstrou também a ausência, no seio da UPA, de qualquer ideologia moderna, evidenciando-se a sua natureza tribal. De facto, os bacongos não conseguiram, nem sequer tentaram, o apoio, ou ao menos a neutralidade, dos trabalhadores negros contratados das fazendas do Norte, fundamentalmente constituídos por ovimbundos e ganguelas provenientes do Centro de Angola.
À dureza e barbaridade tribal, as forças portuguesas responderam implacavelmente. Em 9 de Agosto, o exército entrava em Nambuagongo, proclamada antes a capital dos revoltosos. Antes do fim do ano, incompreensivelmente, alguns responsáveis portugueses davam as hostilidades por terminadas.

quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Pedido de informações!

Domingos Correia da Silva foi combatente na Guerra do Ultramar, por volta dos anos de 1966 e 1969, em Angola. Depois da guerra a vida civil e a emigração para França. Morreu novo, em 1980, e agora o seu filho Paulo procura saber mais informações sobre o percurso que o seu pai fez enquanto militar e enquanto combatente.
Sem saber o número do batalhão ou companhia a que ele pertenceu é difícil descobrir qualquer coisa. De qualquer modo deixo aqui uma fotografia que tirou pouco antes de falecer e pode ser que algum antigo camarada o reconheça. Se isso acontecer agradeço que deixe aqui um comentário.

terça-feira, 3 de novembro de 2015

Regressando à Guiné!


A Guiné para mim foi apenas ponto de passagem no caminho para Angola e Moçambique. Assim tenho muita dificuldade em falar de algo que não conheço e se os camaradas combatentes que lá lá cumpriram a sua missão em defesa da Pátria não soltarem a língua nada feito.
Nos últimos dias foi deixado um comentário na publicação que se refere ao José Vieira e que eu quero trazer para aqui, pois de outro modo dificilmente será visto por alguém.

"O nosso Pelotão (Pelotão de Morteiros 2005), composto de 48 homens (1 alferes, 1 Sargento, e dois Furriéis) embarco no Uíge em Lisboa no dia 10 de Janeiro de 1968, com destino a Bafatá. O nosso Pelotão era um Pelotão independente o qual estava dividido em esquadras compostas por um cabo e dois municiadores e que oferecia apoio aos vários destacamentos, como eram Banjara, Cambajú, Sumbundo, Sare Ganá, Cantacunda, Sare Banda, por um tempo de dois meses. Depois de cada dois meses de missão, as esquadras regressavam a Bafatá e eram substituídas por outra esquadra".
Carlos Valente

Os lugares mencionados no comentário são-me totalmente desconhecidos, mas para quem estiver interessado, o fragmento de mapa apresentado acima ajudará a perceber que ficavam no nordeste da Guiné, na fronteira com o Senegal, onde a concentração de guerrilheiros do PAIGC era mais significativa e as infiltrações do país vizinho eram constantes.

quinta-feira, 18 de junho de 2015

Abatido ao efectivo!

Na minha última deslocação a Macieira tomei conhecimento que o José Maria Ferreira da Silva, morador no lugar de Penedo, soldado atirador do Exército Português, que, tal como eu, viveu a Guerra Colonial nas matas de Moçambique, tinha falecido.
Infelizmente, não tive oportunidade de conversar com ele e não possuo a menor informação sobre a sua vida como combatente. A única coisa que consta das informações reunidas pela Casa do Povo de Macieira é que a sua comissão de serviço no Ultramar Português teve início em Abril de 1966 e terminou em Julho de 1968 e, como referido acima, em Moçambique.
Estes dados levam-me a acreditar que terá nascido em 1945, o que o fazia um ano mais novo que eu. Ele e o seu irmão António que se encontra emigrado em França, também ele combatente, como 1º Cabo do Exército e na Guiné, a viver, actualmente, um problema de saúde do foro oncológico, foram meus companheiros de brincadeiras nos tempos da meninice. Moradores na aldeia da Gandarinha (agora diz-se lugar, mas nesse tempo ainda era assim que nos referíamos aos lugares onde morávamos) e eu na do Outeiro, era forçoso que vivêssemos as nossas vidas em função uns dos outros. E depois, como nenhum de nós era filho de lavradores, não tínhamos a obrigação de acompanhar os nossos pais para o campo e tomar conta das vacas, enquanto eles se ocupavam dos seus afazeres e tínhamos assim mais tempo para nós próprios e para as nossas brincadeiras.
Diz-se, em Macieira, que foi um bom rapaz e um grande homem e esse é o melhor epitáfio que posso juntar a esta notícia do seu falecimento.
Descansa em paz, camarada!

domingo, 14 de junho de 2015

A Maçã II

Mito ou não, conta-se que foi à sua sombra, ao cair-lhe na cabeça uma maçã, que Isaac Newton, descobriu a lei da gravidade…
Fruto simbólico da juventude, da renovação e da regeneração, ela é o alimento dos deuses nórdicos, que se têm de manter jovens e fortes até ao dia do Ragnarok. Quando Iduna, a guardiã do pomar sagrado, encarregada de dar a cada um dos deuses uma maçã por dia é raptada com a conivência do deus Loki, os Aesir começam a envelhecer e é o próprio Loki que a vai resgatar, para que os frutos comecem de novo a ser distribuídos e a juventude retorne aos seus membros.
É também com 3 maçãs douradas que vai deitando pelo caminho, que Hipomene vence Atalanta na corrida, conseguindo assim casar-se com ela.
Deslumbrada pela beleza dos pomos dourados que lhe vão aparecendo, a jovem, que tinha feito voto de nunca casar, ao abaixar-se para os apanhar atrasa-se, tendo assim de renunciar à sua promessa!
O 11º trabalho de Hércules, era roubar uma maçã do Jardim das Hesperides, guardado pelo temível dragão Ládon.
Na mitologia celta e germânica a macieira é considerada a árvore da imortalidade. A ilha de Avalon, ou ilha das Macieiras, era a morada dos reis e heróis míticos falecidos. É aí que o Rei Artur descansa até chegar a hora do seu retorno, enquanto à sombra de uma delas, Merlin ensina as suas artes.
Nas lendas celtas, a Mulher do Outro Mundo envia a Bran um ramo de macieira, antes de o levar para o outro lado do mar.
Mas também é conhecida como o pomo da discórdia, quando, durante um jantar oferecido por Zeus aos deuses, e para o qual ele se esqueceu de convidar Érin, a deusa da discórdia, esta, aparecendo de surpresa, atirou para a mesa uma maçã com a inscrição “Para a mais bela”…
A disputa generalizada entre Hera, Afrodite e Atenas, que disputavam o título, foi de tal ordem, que o pai dos deuses, sem saber para que lado se virar, astuciosamente convidou Páris, o príncipe troiano, para servir de juiz… O resultado foi a Guerra de Troia e Helena é que ficou com a culpa!