Para qualquer assunto relacionado com os combatentes podem contactar-me através do e.mail «maneldarita44@gmail.com»

quarta-feira, 31 de julho de 2013

Ainda a festa de S.Tiago!


Gostei de ver o pessoal da Cruz Vermelha a carregar o andor da Sagrada Família. Fica-lhes bem participar na festa da freguesia desta maneira.
E ao olhar para esta fotografia fiquei a pensar se não poderia pedir ao dono do Café Padrão uma comparticipaçãozita pela publicidade que lhe estou aqui a fazer!


Belíssima imagem do adro da igreja repleto de gente a assistir ao recolher da procissão. Eu não acreditava que a festa de Macieira reunisse assim tanta gente. Só foi pena terem virado o nosso santo para o outro lado que assim ficou de costas para os seus devotos.
E então com duas Bandas de Música a animar a festa foi o máximo. Não faço ideia se nos anos anteriores também era assim, mas este ano valeu a pena lá ter ido. Veremos para o ano!

Alô, alô, Menlo Park!


O que haverá em Menlo Park que faz com que venham desta terra americana o maior número de clics neste blog? Algum emigrante português, quiçá de Macieira, que ande a ganhar a vida por aquelas bandas?
Ou isso ou algum amigo que conhece a língua portuguesa e procura matar saudades do seu país!
Dum ou doutro modo, fico contente pelas suas visitas e só espero que ele continue a clicar todos os dias.

terça-feira, 30 de julho de 2013

Imagens do 1º Convívio!

Além das fotos de grupo que já publiquei, deveria também ter publicado algumas mostrando a sala onde foi servido o almoço aos combatentes, seus familiares e amigos, mas com o passar dos dias acabei por esquecer-me. Pois cá estou eu para colmatar essa falha.

(Clicar sobre as fotos para ampliar)

Escolhi apenas estas duas como exemplo e que acho serem suficientes, pois este tipo de fotografias acaba por ser uma repetição de caras que desperta pouco interesse neste tipo de publicações.


Se houver alguém interessado em ver mais algumas é só deixar aqui um comentário que eu tratarei disso. A Casa do Povo pôs à minha disposição a reportagem fotográfica completa e não haverá qualquer dificuldade em publicar mais algumas.


No nosso convívio esteve também uma representação da Secção de Ribeirão da Liga dos Combatentes para dar mais ênfase e projecção ao nosso primeiro encontro. Em muitas terras por esse Portugal fora, há muitos anos que se realizam estes convívios e estranho que em Macieira só se tenham lembrado disto este ano. Mas, como diz o ditado, mais vale tarde que nunca.

Combatentes - Novas listas!

No Domingo em que se realizou a festa de S.Tiago, foram expostas à porta da Casa do Povo as novas listas devidamente actualizadas. É normal que isso vá acontecendo de vez em quando, pois as pesquisas continuam e sabe-se que o histórico dos combatentes ainda está longe de estar completo.
Vou, por essa razão, deixar aqui as listas que diferem das anteriormente publicadas, começando pela lista dos que foram mobilizados antes de 1961 que eu tinha optado por deixar de fora, uma vez que pensei que estávamos apenas a referir-nos à Guerra do Ultramar, ou seja, a Angola, Guiné e Moçambique, de 1961 a 1974. Seguem-se depois as listas referentes aos anos de 1961-1963-1964-1965-1966-1967-1969-1970-1974 em que o número de combatentes aumentou.


Destes, o Abílio Carvalho, em Moçambique, e o Abílio Guimarães, em Angola acabaram por combater também na Guerra do Ultramar (África), embora tenham sido mobilizados antes de ela começar. Aliás, vou ver se consigo investigar a história do Abílio Carvalho que esteve em Moçambique de 1959 até 1974, querendo isso dizer que fez carreira no Exército.








Quem quiser consultar as listas dos outros anos deve procurar na coluna da direita a etiqueta que diz «Combatentes - Listas», clicar sobre ela e abrir a mensagem anterior onde elas foram publicadas.

segunda-feira, 29 de julho de 2013

O Sobreiro da Bruxa!

Quem segue pelo caminho que da azenha do Gamelas vai para o Monte do Adro, vai desembocar na «Encruzilhada dos Três Caminhos», lugar conhecido pelo nome de «Sobreiro da Bruxa». No post anterior falei da igreja que antigamente existia no Monte do Adro, neste vou falar de uma lenda, ou crença popular, que deu o nome de Sobreiro da Bruxa àquele lugar.
Do lugar referido partem três caminhos, um deles na direcção do noroeste vai para a Baralha,  lugar onde se encontram os limites de Gueral e Chorente, um outro na direcção sudeste vai dar a Negreiros e o último, apontado ao sudoeste, segue em direcção a Rates, passando pelo lugar de Talho, Rio do Souto e Penedo da freguesia de Macieira. Fácil se torna entender a razão da existência deste caminho depois de ler o que escrevi sobre a igreja do Monte do Adro, pois estabelecia uma curta e rápida ligação desta igreja ao Mosteiro de S.Pedro de Rates que era o centro da fé católica desde os tempos em que os Romanos por cá andaram e construíram o referido mosteiro.


Ora com a construção da nova igreja no lugar do Outeirinho e o consequente abandono da velha igreja e dos restos mortais dos primeiros habitantes de Macieira ali enterrados, o Monte do Adro transformou-se num lugar assombrado pelos fantasmas dos mortos abandonados e onde começaram a imperar as forças do mal. Por essa razão foi eleito como lugar de reunião das bruxas de toda a região em noites de lua cheia.
Logo que o sol desaparecia no horizonte, lá para os lados da Póvoa, e a lua redonda e brilhante iluminava todo o Monte do Adro, vindos dos três caminhos que formavam a encruzilhada, começavam a chegar umas figuras esbranquiçadas que se assemelhavam a porcos com uma vela acesa espetada no alto da cabeça. Pelo caminho do noroeste vinham os de Chorente, de Gueral, de Goios e das Carvalhas. Pelo de sudeste vinham os de Negreiros, de Chavão e de Gondifelos. E por último, pelo caminho que ligava Rates ao Monte do Adro, vinham os de Macieira, de Courel e de Rates. Chegados ao Sobreiro da Bruxa tomavam a forma humana e pegando na vela que traziam na cabeça sentavam-se ao redor de uma fogueira que ali ardia, acesa sabe-se lá por quem ou por que maléficos poderes. E até à meia noite entretinham-se a trocar receitas e segredos que eram passados de mães para filhas de modo a preservar a tradição da bruxaria.




Quando começavam a soar as badaladas da meia noite no sino da igreja do Outeirinho, todas as bruxas iniciavam um rodopiar frenético em torno da fogueira criando um verdadeiro tornado que a apagava e ao soar a última badalada esfumavam-se no ar e tudo regressava ao normal.
Ouvi gente contar que viu os porcos com as velas na cabeça, outros que sentiram a forte ventania que se levantava ao soar das badaladas e outros até, que armados em valentões, garantiam ter-se escondido no meio do mato e assistido à reunião das bruxas, sem no entanto terem apanhado algum dos segredos que elas confidenciavam às suas irmãs das terras vizinhas. E era voz corrente nessa altura que não havia no Baixo Minho outro encontro de bruxas maior ou mais importante que o de Macieira.


Na visita que ontem fiz ao local não vi nada que me fizesse recordar os velhos tempos. Os caminhos que antes eram estreitos, rasgados à largura das rodas dos carros de bois, e estavam cheios de mato são agora largos e limpos que dá gosto ver. E do velho sobreiro que deu nome ao lugar não encontrei qualquer indício. Talvez este pequeno que se vê na imagem seja filho ou neto do original.

O Monte do Adro!

A primeira igreja paroquial de Macieira existiu no local que, no tempo em que eu morava em Macieira, era o quintal da casa do Tio Manel do Junqueiro, a cerca de 300 metros da da actual. A Tia Clementina do Junqueiro, minha madrinha de baptismo, contava que quando o seu pai construiu aquela casa, no lugar onde em tempos existiu a igreja, se encontraram muitos despojos, alguns ossos humanos até, pois nesse tempo era hábito enterrar os mortos dentro da igreja.
Mas antes dessa igreja, segundo rezam as crónicas, existiu uma outra que servia as freguesias de Chorente, Negreiros e Macieira, nos tempos em que as três freguesias juntas estavam longe de ter o tamanho da mais pequena de hoje. Situava-se no Monte do Adro, onde eu fui hoje parar para matar o tempo enquanto esperava pela hora da procissão de S.Tiago. Possivelmente seria a única existente na região, para além do Mosteiro de S.Pedro de Rates.
O nome de Macieira de Rates parece indicar-nos que nos tempos em que a Vila de S.Pedro de Rates era concelho, esta freguesia seria um mero lugar daquele concelho e não pertencente a Barcelos. Não sei como, mas seria bom comprovar esta teoria para ficarmos a saber um pouco mais sobre a História da nossa freguesia.


Pode ser que um dia eu vá até Braga perguntar ao Arcebispo se existe alguma coisa escrita a este respeito. Há muitos anos que a Igreja Católica mantém registos dos assuntos relacionados com todas as paróquias do Arcebispado e bem pode acontecer que em algum desses registos se mencione a igreja do Monte do Adro.


Fiquei admirado com o aspecto do caminho do Monte do Adro que mais parece uma avenida. Vê-se que foi recentemente arranjado e duvido que haja em Macieira outro caminho tão largo e tão limpinho como este. Será que vai manter-se assim por muito tempo? Oxalá que sim!

quarta-feira, 24 de julho de 2013

A Venda de Macieira!


A casa que vêem na imagem era, depois da igreja paroquial, o edifício mais importante e mais frequentado de Macieira. Não era a única, mas era a mais importante «Venda» da freguesia. Ali se vendia de tudo, desde o azeite e o petróleo, passando pela mercearia em geral , até aos adubos para fertilizar a terra. Vender azeite por medida ou café moído na hora, num velho moinho tocado a manivela que existia em cima do balcão, era coisa banal naquela loja. Beber meio quartilho de vinho tinto, servido naquelas tradicionais canecas de porcelana branca, era outra das coisas que ali se podia fazer a qualquer hora do dia.
Mas o que tornava aquela casa na mais importante da aldeia era porque funcionava também como Posto do Registo Civil, Posto dos Correios, Residência do Regedor da Freguesia e do Alveitar. Hoje em dia, as pessoas já nem sabem o que era um alveitar e nem o significado da palavra conhecem. Pois é verdade, enquanto o Quim Campos media o azeite, moía o café ou cortava o bacalhau às postas, tomava também conta do Correio e fazia a escrituração do Registo Civil, o seu pai fazia de Regedor ou de Alveitar conforme o tipo de problema que se via obrigado a resolver. Se era um rapaz que se portava mal e sobre quem recaía alguma queixa, aplicava-lhe umas boas chicotadas com o cavalo marinho que o obrigavam a entrar na linha. Se era uma vaca prenha com problemas para parir era o Alveitar que entrava em funções e tentava resolver o problema.
O meu pai que teve 11 filhos nascidos em Macieira e recorreu ao Quim Campos por onze vezes para lhe fazer o registo de nascimento. Desses onze eu tive a honra de ser o terceiro e o primeiro do sexo masculino. E guardo ainda, como recordação desse período que agora me parece tão distante, a minha Cédula de Nascimento escrita com pena e tinteiro pelo seu punho.


A família da Venda tinha várias filhas e filhos, entre os quais um advogado e um padre. O mais novo de todos, o Armando, foi meu colega de turma na 4ª Classe e tal como eu também lutou na Guerra do Ultramar e compareceu no 1º Convívio realizado em Junho passado.

segunda-feira, 22 de julho de 2013

S.Tiago - A festa de Macieira!


Na próxima quinta-feira, dia 25 de Julho, comemora-se o dia de S.Tiago. Como passou a ser moda em Portugal, a festa faz-se no domingo seguinte, dia 28, para não perturbar o dia a dia das gentes da terra. Macieira ainda é uma aldeia eminentemente agrícola e a rotina diária não se coaduna com festas. Mesmo ao domingo há tarefas que têm que ser desempenhadas e gente que não pode virar as costas ao trabalho e ir para a festa.
Quase um mês é decorrido desde a data em que se realizou o 1º Convívio dos Combatentes de Macieira e a comissão que o organizou vai aproveitar o dia da festa e a grande afluência dos macieirenses que moram fora da freguesia para fazer uma exposição das fotografias, tanto as do tempo da "guerra" como as de agora, para que sejam apreciadas pelos visitantes.
Acredito que também os familiares e amigos gostarão de ver as fotografias do convívio em que não puderam estar presentes. E eu serei mais um entre os curiosos que acredito vão ser às centenas.

sexta-feira, 19 de julho de 2013

As madrinhas de guerra!


Pode-se dizer que não há combatente que não tenha tido uma (ou várias) madrinha de guerra. Não sei quem, quando ou como apareceu esta designação para as meninas (ou senhoras) que gastavam o seu tempo escrevendo cartas, postais ou aerogramas tentando animar os milhares de militares portugueses espalhados pela selva africana que se viam forçados a um isolamento forçado que, por vezes, ultrapassava os dois anos de duração. E na maior parte dos casos sem um mínimo de condições de segurança e higiene. Bem precisados estavam dessa injecção de ânimo que as suas madrinhas lhe enviavam camuflada entre palavras mais ou menos sentidas que cada um interpretava conforme queria.
Alguns combatentes coleccionavam madrinhas, outros tratavam-nas como verdadeiras namoradas, criaram-se laços muito estreitos entre madrinhas e afilhados e muitos casamentos aconteceram por causa dessas ligações. Pedir a uma menina para ser sua madrinha de guerra era muitas vezes a desculpa para iniciar uma relação que sempre teve o namoro como objectivo final. E elas que não eram parvas nenhumas, iam dando corda ao pretenso afilhado até terminar a comissão. Depois de desembarcar em Lisboa, metade das madrinhas desapareciam da vida dos combatentes sem mais notícia. Outras recebiam ainda uma ou outra carta, umas palavras de agradecimento pelas palavras escritas com mais ou menos sentimento, em seguida o esquecimento. Por último havia aquelas que eram visitadas, que de madrinhas passavam a namoradas e por vezes a esposas. Não era caso raro.
Na foto acima vêem-se dois combatentes de Moçambique, o Gabriel e eu mesmo, com uma menina entre nós, a Ana, que fez o papel de madrinha de guerra no que refere ao nascimento deste blog. Quando iniciei esta experiência era apenas uma tentativa para aliciar algum macieirense mais ligado à internet, talvez filho ou neto de algum combatente, que pudesse achar piada à minha iniciativa e participar na "conversa". Como essa experiência foi um fracasso total, não houve um único comentador que tenha deixado uma palavra de ânimo, esteve em vias de ficar por aí. Foi a Ana que me incentivou a continuar, que me empurrou para a linha de fogo e me fez enfrentar as "balas".
Por essa razão a considero a madrinha de guerra do blog dos «Combatentes de Macieira». Só não a consegui convencer ainda a fazer um comentário a qualquer das mensagens publicadas.

terça-feira, 16 de julho de 2013

O papel das mães!


Toda a gente sofreu com a Guerra do Ultramar. As noivas e namoradas, além das esposas que também havia algumas, embora poucas, e até os filhos eram os mais directamente atingidos pela partida dos combatentes e os primeiros na fila dos que, lavados em lágrimas, deles se despediam no cais de embarque. Mas, além de todos esses, havia outra pessos que chorava lágrimas de sangue e temia nunca mais voltar a ver aquele a quem agora dizia adeus, a mãe. Ela tinha carregado aquele filho no seu ventre durante nove meses, cuidara dele durante vinte anos, educara-o para se tornar um homem e agora via-se obrigada a entregá-lo para servir a Pátria e talvez dar a vida em sua defesa.
Por felicidade só uma das mães de Macieira perdeu o seu filho nesta guerra. Foi ela a única que viu o seu filho partir e viu confirmados os receios que sentira na hora da despedida, porque ele perdeu a vida naquela aventura em que se viu envolvido contra sua vontade, a mãe do Geraldino.
As aldeias  do Baixo Minho sofreram uma evolução muito rápida desde o tempo em que começou a Guerra do Ultramar e Macieira não foi excepção. A movimentação de tropas entre a Metrópole e o Ultramar e, em especial, o grande êxodo para a emigração começaram a fazer mexer as coisas e alterar o padrão de vida das gentes que ali moravam. Muitos dos que partiram para a guerra ficaram por lá ou pelas grandes cidades, como Lisboa ou Porto, na ânsia de melhorar de vida.


O lugar da freguesia onde morava o Geraldino, quando foi mobilizado para Angola, tanto quanto me consigo lembrar, era o mais pobre de toda a freguesia. A Cumieira não passava de um amontoado de barracas construídas à margem do caminho que, por entre pinheirais, ligava o lugar de Penedo à freguesia de Courel. Hoje está completamente diferente e, se calhar, apenas eu a recordo dessa maneira. De qualquer modo é assim que, ao fim de 60 anos, a mantenho na minha memória. Foi nesse lugar e no meio de muitas privações que a mãe do Geraldino o criou sem sonhar que eu, tantos anos depois, aqui estaria a contar a sua história e o que a Nação Portuguesa fizera do seu filho querido. Um herói que deu a sua vida em defesa da Pátria!

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Combatentes - Listas - Nomes!

Talvez devesse ter começado por aqui, mas na altura própria não tinha comigo a fotografia do placard onde isto estava afixado e ainda vai a tempo. Aliás, devido à falta de comentários não sei se alguém liga a isto que estou a fazer. Mas, como diz o ditado, quem corre por gosto não cansa e portanto vou continuar.
As listas que se seguem não são definitivas, pois há investigações ainda em curso, mas publicarei no momento oportuno qualquer alteração que seja devida. O ano que aparece no topo de cada lista refere-se ao ano de mobilização, ou seja, a data de partida para o Ultramar. 













Há ainda alguns combatentes que partiram antes de 1961, mas tiveram como destino, maioritariamente, a Índia, Timor ou Macau. Neste blog trataremos em detalhe de tudo que diga respeito à Guerra do Ultramar que envolve apenas Angola, Guiné e Moçambique. Se conseguir elementos suficientes dedicarei, mais tarde, um post específico àqueles territórios.

domingo, 14 de julho de 2013

Os Estudantes de Macieira!

Estudantes ou Seminaristas era um grupo muito especial em Macieira na década de 50 do século passado, altura em que tive a honra e o prazer de pertencer a esse grupo. No passado dia 29 de Junho, aquando do convívio dos «Combatentes», confesso que esperava com alguma ansiedade para ver se algum desses antigos colegas de estudos apareceria lá também. Alguns eram do meu ano, outros ligeiramente mais novos e a maioria um pouco mais velhos e todos poderiam ter participado na Guerra do Ultramar, como aconteceu comigo.


Além destes dois que aqui aparecem comigo, o David do Couto e o Armando da Venda, estava lá também o Zé do Fontes, sendo o único que eu tinha já encontrado por diversas vezes, pois mora na Póvoa tal como eu. O David e o Armando não os tornei a ver desde 1960, ano em que mudei a minha residência para Argivai, no concelho da Póvoa. Foi por isso com grande alegria que nos juntamos e partilhamos a mesa do almoço. Aproveitámos para pôr a conversa em dia e saber notícias das respectivas famílias.

Romagem ao cemitério!


Um dos momentos mais marcantes do 1º Convívio dos Combatentes de Macieira foi sem dúvida a romagem ao cemitério para lembrar e honrar a memória dos combatentes já falecidos. Felizmente para a freguesia não houve muitas vítimas a lamentar na Guerra do Ultramar. Os mortos que foram objecto da homenagem morreram de morte natural e muitos anos depois de acabada a guerra. Com excepção, é claro, do Geraldino como foi já referido neste blog.


Antes da hora de entrar na sala onde foi servido o almoço, ei-los a caminho do cemitério. Encabeçando o grupo vê-se o Presidente da Junta de Freguesia acompanhado por um representante da Liga dos Combatentes.


Entre as várias campas em que foi depositado um ramo de flores houve uma que me mereceu uma especial atenção, a do Joaquim da Silva Matos, por ser o único dos homenageados que prestou serviço na Marinha de Guerra, tal como eu.

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Teatros de guerra!

Depois da foto de todos os que participaram no convívio e de todos os combatentes seguem-se as fotografias daqueles que participaram em cada um dos três principais teatros de operações, Angola, Moçambique e Guiné.


Em primeiro lugar os combatentes que passaram por Angola por ser o grupo mais significativo. Por ter sido o primeiro onde começou a guerra de guerrilha que tinha por objectivo correr com os portugueses que colonizavam Angola há mais de cinco séculos, foi deste grupo que saíram os primeiros combatentes de Macieira. Em Março de 1961 deram-se os primeiros ataques a colonos no norte de Angola e poucos meses depois já lá estavam os primeiros combatentes prontos a defender aquilo que se dizia ser nosso.
Por terem sido os primeiros a avançar e pegar em armas, quero evidenciar aqui os seus nomes. Em Abril foi o Manuel Matos, em Maio o Abel Silva, em Junho o Abílio Costa, o João Leitão e o Manuel Martins, em Outubro o Arlindo Carvalho. E logo na segunda semana do ano seguinte seguiu o Aparício Silva, não tendo sido mobilizado para Angola mais nenhum combatente nascido em Macieira durante esse ano.


Depois os combatentes que lutaram pela defesa da sua pátria em Moçambique, grupo onde me incluo eu também, uma vez que passei 5 anos naquela antiga Província Ultramarina, como o Salazar decidiu passar a chamar-lhe, a partir de certa altura, para fazer esquecer a conotação colonial.
Na fila da frente, do lado esquerdo, pode ver-se o Gabriel Moreira que foi o único macieirense com quem me cruzei na Guerra do Ultramar, nas margens do Lago Niassa, no ano de 1967.


E por último os que tiveram como destino a Guiné, o mais pequeno mas mais perigoso teatro de operações de toda a Guerra do Ultramar. Tanto pelo tipo de terreno e do clima, como pelo número de guerrilheiros por Km2 envolvidos no conflito, este foi o mais difícil de defender e que mais trabalho deu aos combatentes.
Dos 8.831 heróis caídos em combate 2.240 caíram na Guiné, o que corresponde a 25,3% do total, uma percentagem muito elevada considerando o tamanho reduzido do território, 5 vezes mais pequeno que Angola.

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Em busca dos camaradas perdidos!

Esta semana fui obrigado a espremer ao máximo os meus neurónios para tentar lembrar-me de factos passados há mais de 60 anos. O presidente da Junta de Macieira pediu-me para tentar saber alguma coisa da família dos «Farinheiros» que emigrou para Angola em 1955.
Lembro-me do pai deles, o Tio David Farinheiro que era matador de anhos e também da mãe e da avó. E, está claro, lembro-me dos três irmãos que eram os meus parceiros de brincadeiras, Serafim o mais velho, Benjamim o do meio e Manuel o mais novo. Este deu-me até uma foto sua, para eu me lembrar dele, quando se veio despedir antes de ir para Angola. Devia ter uns 7 anos nessa altura e terá hoje 65 se ainda for vivo. Vou ver se a encontro e colocá-la-ei aqui mais tarde.
Há quem afirme que regressaram a Portugal depois da independência, mas não se sabe onde arranjaram poiso. A Macieira é que não regressaram mais. Tinham-me dito que foram para Angola por intermédio ou influência do Zé do Salvador e ontem fui até casa dele, em Vila do Conde, para confirmar isso. Disse-me que não é verdade, que nunca os encontrou em Angola nem os viu mais até hoje.
Agora vou meter-me por outros caminhos e estou convencido que acabarei por localizá-los. No caso de alguém que esteja a par desta história e ler esta notícia agradeço que deixe aqui um comentário. É difícil, mas nunca se sabe, a internet chega a todo o lado. Pode haver, neste preciso momento, algum filho ou neto desta família que faça uma pesquisa no Google com a palavra «farinheiros» e venha aqui parar. E aí poupar-me-ia uma quantidade de canseiras.

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Os Combatentes!


Não estão aqui todos, porque alguns já morreram e outros não foram ainda localizados, mas mesmo assim fazem um grupo jeitoso os «Filhos de Macieira» que foram mobilizados para defender a unidade do Império Português na Guerra do Ultramar. Muito sofrimento passaram e fizeram passar as suas famílias, mas estes que vêem na foto ainda tiveram a sorte de regressar, coisa que não aconteceu a todos os que participaram nessa guerra. Alguns milhares de soldados portugueses ficaram por lá enterrados e procede-se actualmente ao repatriamento de alguns restos mortais. Reconhece-se a enorme dificuldade e o elevado custo deste repatriamento pelo que a maioria ficará por lá eternamente.

terça-feira, 9 de julho de 2013

A Marinha em Angola!

Através de alguns contactos que ainda mantenho na Marinha consegui saber que o Quim do Matos assentou praça na Armada na 2ª incorporação de 1962, ou seja no mês de Setembro, e recebeu o número de matrícula 17411. Segundo parece, a informação não pôde ser ainda confirmada, teria passado em Angola uma parte significativa do tempo em que vestiu a farda de marujo.
A guerra desenvolvia-se em terra, maioritariamente, e nela se envolviam as tropas do Exército, os Paraquedistas e os Fuzileiros. Mas também na água, especialmente nos rios, se desenvolviam operações não menos importantes. Os navios patrulha e as lanchas de desembarque davam todo o apoio necessário no que concerne à fiscalização, abastecimento e transporte de tropas. Não era raro serem atacados, a partir das margens, pelo que as suas vidas estavam em risco permanente.


Depois de jurar bandeira em Janeiro de 1963 o Quim do Matos entrou no curso de fogueiros-motoristas (hoje designados como condutores de máquinas) a quem cabem as funções de operação e manutenção das máquinas que dão movimento às hélices do navio. É portanto mais que provável que tenha feito parte da tripulação de um dos navios-patrulha (igual ao da imagem acima) ou lanchas de desembarque que operavam na costa norte de Angola e no rio Zaire.
O seu tempo de serviço ficaria completo no fim do 3º trimestre de 1966 e supõe-se que tenha abandonado a Marinha e regressado a Macieira antes do Natal desse ano. Tudo isto são meras suposições que espero poder vir a confirmar um dia.

O 1º Convívio!

Tal como estava anunciado, aconteceu no dia 29 de Junho o 1º convívio dos Combatentes de Macieira. Eu ainda não tinha dito nada sobre o assunto porque me faltavam as fotos para ilustrar a notícia. E sem fotografias não há reportagem que preste.


Como não há muito mais assunto para dar vida a este blog, vou fazer render o peixe, como se costuma dizer, publicando as fotografias aos poucos. Hoje vou iniciar a série mostrando a fotografia principal, aquela que reuniu toda a gente, combatentes e convidados. Depois outras se seguirão.