Para qualquer assunto relacionado com os combatentes podem contactar-me através do e.mail «maneldarita44@gmail.com»

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

O Batalhão do Gabriel!

Eu e o Gabriel Moreira estivemos em Moçambique na mesma altura. Ele no Exército e eu na Marinha fomos encontrar-nos, por mero acaso, numa pequena povoação do Lago Niassa chamada Cobué, na segunda metade do ano de 1967. Ele prestava serviço numa das companhias do Batalhão de Caçadores 1891 e eu na Companhia de Fuzileiros Nº 8.
Um dos camaradas de batalhão do Gabriel enviou-me hoje esta fotografia e decidi publicá-la aqui com uma pequena história em que fui um dos actores.


Passei uns tempos na cidade de Nampula para tratamento médico e no regresso fui incorporado numa coluna de abastecimento que fazia o trajecto entre Vila Cabral e Metangula, povoação onde estava acantonada a minha Companhia. A coluna era formada por cerca de 30 camiões civis a que um grupo de combate do Batalhão 1891 dava protecção. Cerca de 120 kms numa estrada de terra batida cheia de buracos e em tempo de guerra não é pêra doce, como se pode imginar.
Houve avarias e acidentes de toda a espécie, durante os quatro dias em que viajei com a coluna. A meio do quinto dia e depois de uma manhã calma em que fizemos 15 kms sem problemas, chegamos a uma pequena ponte de madeira que os camiões tinham que atravessar e que tinha sido destruída pelo inimigo. Demoramos horas a tentar construir um atalho para os camiões passarem, pois por cima da ponte era impossível e não tínhamos meios para reconstruí-la.
Enquanto decorriam esta manobras, um grupo de soldados decidiu descer até um ponto do riacho, a montante da ponte, para encher os seus cantis. A eles juntei-me eu e um outro camarada fuzileiro que também viajava comigo. Constituíamos um grupinho de seis homens que em fila indiana ia descendo em direcção à água. De repente, uma tremenda explosão e fomos todos projectados pelo ar. Um dos soldados tinha accionado uma mina anti-pessoal ali colocada pelos guerrilheiros da Frelimo.
Pelos gritos de dor que começámos a ouvir logo de seguida, percebemos que havia feridos como resultado do rebentamento da mina. Com as cautelas necessárias para não sermos surpreendidos por algum grupo inimigo que andasse pelas redondezas, prestamos auxílio aos dois feridos, um grave e outro ligeiro, que resultaram da explosão.
Esperamos até ao pôr do sol que um helicóptero viesse buscar os feridos, coisa que não aconteceu, o que se compreende pois havia mais pedidos de socorro que helicópteros à disposição. Como o ferido grave corria risco de vida, acabámos por ser socorridos por uma patrulha do batalhão do Gabriel, vinda de Nova Coimbra, uma povoação a cerca de 20 kms de distância do outro lado das montanhas, e num Unimog que traziam com eles carregamos os dois feridos e, já noite escura, rumámos a Metangula, onde chegámos sem mais percalços e entregámos os feridos ao cuidado da equipa médica da Marinha.

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

O ano de 2014 está a chegar ao fim!

Passei por aqui hoje e não quis sair sem deixar algumas palavras para os raros visitantes que vão por aqui passando. O Natal está próximo e pode ser que alguns velhos combatentes de Macieira que se encontram emigrados por esse mundo fora regressem ao torrão natal para aí passar as festividades. Talvez seja altura, portanto, de me pôr em campo de novo e ver se me faço encontrado com algum deles para trazer para aqui mais alguns dados para acrescentar à nossa história.
Além disso há ainda a colecção de fotografias do Dino Fonseca que prometi publicar aqui e até hoje não aconteceu. E soube recentemente que o Zé Maria Vitorino mora muito próximo do Dino e talvez com um tiro apanhe esses dois melros.
Vou planear isso para breve.

sábado, 13 de setembro de 2014

O Tio David Vitorino!

«A colonização colectiva, a que se dava particular atenção, seria feita com famílias de colonos recrutadas na metrópole e oriundas dos meios rurais de todas as províncias do continente e das ilhas adjacentes. Ao chegarem às zonas de colonização, ser-lhe-iam entregues casais agrícolas (casa rural, terreno com 100 hectares desbravado e semeado num quarto da sua área, alfaias e ferramentas agrícolas, o gado necessário ao trabalho agrícola e ao estabelecimento da exploração pecuária, um pequeno fundo de exploração em dinheiro para as despesas do primeiro ano). A casa e dependências agrícolas, as despesas de irrigação e desbravamento de 25 hectares de terreno e as alfaias e ferramentas agrícolas seriam concedidas pelo Estado a título gratuito. Tudo o resto deveria ser reembolsado. A posse plena dos terrenos ocorria após a amortização total dos valores adiantados pelo Estado.»


Ao abrigo deste plano do governo de Salazar, decidiu o nosso conterrâneo David da Silva Vitorino carregar com a família às costas e ir para Angola tentar a sorte que não encontrou em Macieira. Com a mulher, a mãe e quatro filhos, com idades compreendidas entre os 6 e 12 anos, ei-lo de abalada para África, onde se dizia não faltarem as oportunidades de sucesso que no Portugal metropolitano escasseavam.
Nos primeiros anos viu a família acrescida de dois novos membros, um dos quais uma rapariga, e reduzida pela morte da sua mãe, cuja idade tinha atingido o limite concedido pelo Criador.
Para o que nos interessa desta história de emigração fica o facto de os 4 filhos, idos de Macieira no verão de 1955, terem vivido em Angola durante o período da Guerra Colonial e, de acordo com as leis portuguesas, terem aí feito o Serviço Militar.
Fazem, por conseguinte, parte da lista de Combatentes do Ultramar nascidos em Macieira e aqui fica a sua identificação.
Serafim da Costa e Silva, nascido no ano de 1943, prestou serviço como soldado condutor-auto, entre 1964 e 1967.
Benjamim da Costa e Silva, nascido no ano de 1945, prestou serviço como soldado artilheiro, entre 1966 e 1969.
Domingos da Costa e Silva, nascido no ano de 1947, prestou serviço como soldado de infantaria, entre 1968 e 1971.
Manuel da Costa e Silva, nascido no ano de 1949, prestou serviço como soldado de cavalaria, entre 1970 e 1973.
O quinto filho do Tio David era ainda adolescente quando se deu a independência de Angola e não tem portanto parte activa nesta história de combatentes.

Notas complementares!

Dos 4 combatentes mencionados na mensagem anterior, assim como das Unidades Militares a que pertenceram, eu queria saber mais e por isso dei a mim próprio algum tempo para pesquisar a internet à procura de algo que pudesse interessar. Infelizmente foi fraca a minha colheita, para além de alguns brasões pouco mais encontrei. Relatos sobre as incidências da guerra, notícias dos caídos de cada uma dessas Unidades em defesa da Pátria ou descrição dos lugares por onde andaram, é coisa que ninguém se deu ao trabalho de registar. Paciência, fica aqui o pouco que consegui.

Firmes e Constantes era o lema do batalhão em que
o Quim do Salvador alinhou na Guiné.

Companhia de Transportes 2347

Da Companhia de Caçadores 1572 apenas descobri que
foi mobilizada para Moçambique pelo RI 16 e que
dividiu a sua comissão, em Moçambique, pelos
distritos de Cabo Delgado e Niassa.

Batalhão de Artilharia 1885 com a sua área de
influência em Macaloje, no distrito do Niassa,
tem um livro publicado por um dos seus membros
tal como já referi. Pena que o escritor não tenha
optado por transcrever algumas passagens para a
internet, onde todos poderiam lê-las.

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Notas de ocasião!

Na minha última passagem por Macieira encontrei-me com 4 combatentes e numa abordagem rápida consegui, pelo menos, saber a que Unidade Militar tinham pertencido durante a Guerra do Ultramar. Na internet também não descobri nada de relevante sobre essas Unidades, pelo que vou deixar aqui registado o pouco que consegui saber para a história dos Combatentes de Macieira.
1º - Joaquim Ferreira Araújo - Prestou serviço como soldado, na Guiné, entre Janeiro de 1966 e Outubro de 1967, incorporado no Batalhão de Caçadores 1877.
2º - António Eiras da Fonseca - Prestou serviço como soldado, em Angola, entre 1968 e 1970, incorporado na Companhia de Transportes 2347.
3º - Manuel Alves Vieira - Prestou serviço como soldado, em Moçambique, entre 1966 e 1968, incorporado na Companhia de Caçadores 1572. Esta Unidade Militar peregrinou pelo Niassa na mesma altura em que o Gabriel Moreira e eu próprio lá estivemos também, mas nunca os nossos caminhos se cruzaram.
4º - Manuel Martins Alves Novais - Prestou serviço como soldado, em Moçambique, entre Maio de 1966 e Maio de 1968, no Batalhão de Artilharia 1885. Sobre esta Unidade há um livro publicado por um dos seus membros, no ano de 2010, de que deixo uma imagem abaixo.


sábado, 30 de agosto de 2014

Antigos combatentes da Guiné

Os septuagenários de Macieira reuniram-se hoje num almoço de confraternização muito animado. Precedido de uma missa rezada na igreja paroquial, realizou-se o almoço no Restaurante Pauliana das Fontaínhas que contou com cerca de duas dúzias de participantes.
Uma das senhoras presentes é casada com um ex-combatente, residente em Gueral, o Adélio Mariz, que fez a sua comissão de serviço na Guiné, na Companhia de Caçadores 1477, entre Outubro de 1965 e Julho de 1967.
Calhou em conversa falarmos dos combatentes e da Guerra do Ultramar e por conta disso deixo aqui este video publicado no Youtube por um dos camaradas do Adélio.

domingo, 27 de julho de 2014

Quem é vivo sempre aparece!

Lanchas dos fuzileiros no Lago Niassa

A última visita que fiz a Macieira foi uma grande desilusão para mim, no que à recolha de dados sobre os combatentes diz respeito. E saber também que não vai ser dada continuidade ao convívio realizado no ano passado, foi uma espécie de machadada final nas minhas esperanças de que esta empreitada a que meti ombros seja bem sucedida. Paciência, não morre ninguém por causa disso.
Mesmo assim, uma vez lançada a semente na imensa rede que é a intenet, as coisas nunca mais param. As visitas sucedem-se mesmo sem eu ter publicado nada de novo, há cerca de 2 meses e até alguns comentários aqui foram deixados, coisa que eu já desesperava que acontecesse.
Talvez um dias destes eu ganhe coragem e me convença a mim mesmo que vale a pena continuar!

sexta-feira, 30 de maio de 2014

Combatentes - Joaquim Sousa!

Nome - Joaquim Santos Ferreira de Sousa
Nascido em - 3/3/1946
Alistado em - 18/4/1967
Ramo das F.A. - Exército
Especialidade - Mecânico de Armas Ligeiras
Matrícula - 61606/67
Posto - 1º Cabo
Mobilizado em - 18/5/1968
Unidade - Pelotão de Apoio Directo Nº ????
Destino - Moçambique
Transporte - Niassa
Regresso - 13/6/1970
Transporte - Vera Cruz
Mortos na Unidade - Nenhum
ooOoo
Tanto quanto consegui descobrir este pelotão passou a sua comissão, maioritariamente, no Niassa, mas não encontrei na internet qualquer relato da sua passagem pela guerra. Na curta conversa que tive com o meu conterrâneo fui forçado a concluir que não tem qualquer memória desses tempos e dos lugares por onde andou, o que pode querer dizer que a guerra não o marcou muito profundamente. Ainda bem.

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Combatentes - José Oliveira

Nome - José Martins Oliveira
Nascido em - 25/6/1951
Alistado em - 18/1/1972
Ramo das F.A. - Exército
Especialidade - Atirador
Matrícula - 019615/72
Posto - 1º Cabo
Mobilizado em - 30/10/1972
Unidade Militar - Batalhão de Caçadores 4511 - 1ª Companhia
Destino - Angola
Transporte - Avião
Regresso em - 7/11/1974
Transporte - Avião
Mortos em combate - Informação não conhecida
ooOoo
Um pouco a exemplo do que se passava nos fuzileiros, a partir de uma certa altura, também no Exército começaram a manter o número dos batalhões que seguiam para o ultramar, adicionando-lhe na frente os dois dígitos correspondentes ao ano da sua formação. Assim, o batalhão em que o Zé Oliveira fez a sua comissão em Angola recebeu o número 4511/72. E as companhias mudaram também a forma de se designarem passando a chamar-se CCS, 1ª, 2ª e 3ª, em vez dos números de 4 dígitos que não tinham qualquer ligação com o número do batalhão a que pertenciam.
Da boca do meu entrevistado não ouvi nenhuma história que valha a pena aqui reportar e na internet também só encontrei referência à 3ª Companhia.
Cada uma das 3 companhias operacionais era composta por 5 oficiais, 17 sargentos e 144 praças, sendo a composição da CCS ligeiramente diferente. No total o Batalhão de Caçadores 4511/72 levou para Angola 643 militares, dos quais 27 oficiais, 70 sargentos e 546 praças.
A zona de Angola onde desenvolveram a sua acção foi na província do Uíge, principalmente em Sanza Pombo e Malange, mas desconheço mais pormenores. Pode ser que um dia encontre o Zé Oliveira com mais disposição para relatar o que por lá viveu.
A seguir transcrevo um curto historial que encontrei algures na net:
MOBILIZAÇÃO, COMPOSIÇÃO E DESLOCAMENTO PARA A RMA
Nos termos da nota circular n.º 3765/PM Pº 18/4511 de Ø9JUN72, da SECÇÃO ADMINISTRATIVA E MOBILIZAÇÃO DE PESSOAL/1ª REP, EME/ME, foi nomeado para servir no Ultramar, Região Militar de Angola, o Batalhão de Caçadores 4511/72.
1. CONCENTRAÇÃO
Tendo sido constituído com os indispensáveis elementos que na altura se encontravam distribuídos pelas diversas unidades do país, oriundos de quase todas as províncias metropolitanas com predominância de naturais do Norte do país, começou a concentrar-se em Stª Margarida no CIM, no dia 28 de Agosto de 1972, sob o Comando do Exmº Tenente Coronel Artur Manuel Soares Coelho.
2. INSTRUÇÃO
Iniciou-se nesta mesma data a 1ª parte do IAO, onde foram estabelecidos contactos entre os diversos elementos que constituíam o Batalhão e ministrada a necessária instrução técnica e táctica a fim de se poder obter uma maior e mais rápida adaptação às necessidades operacionais que nos iriam ser exigidas em terras de Angola.
No período de 11 a 20 de Setembro de 1972, foram gozados os dez dias de mobilização, aos quais se seguiu a 2ª parte da IAO, ficando seguidamente o Batalhão apto para o embarque e tendo-se conseguido de um modo geral, em todas as Companhias, um alto índice de eficiência para o combate e um elevado espírito de Missão.
3. CERIMÓNIA DE DESPEDIDA
Na manhã do dia 24 de Outubro de 1972, realizou-se no CIM., em Stª Margarida, uma missa campal celebrada pelo nosso Capelão Sr. Tenente Emílio Martins Gaio, a que se seguiram as alocuções de Sua EX.ª o Brigadeiro, CMDT. da Região de Tomar, Abel Barroso Hipólito, do Exmo. Ten. Coronel Américo Trindade, e as cerimónias da bênção e entrega dos guiões ao Batalhão e Companhias. Finda esta cerimónia, realizou-se seguidamente um desfile de todo o Batalhão pela avenida principal do Campo de Instrução Militar, sob o Comando do Exmo. 2º Cmdt.

domingo, 25 de maio de 2014

Malhar no ferro enquanto está ao rubro!


Hoje é dia de Eleições Europeias e talvez seja uma boa ocasião para tentar encontrar em Macieira alguns combatentes dos quais ainda não consegui registar os dados pessoais que preciso para completar o seu perfil e publicar neste blog. Assim, vou pôr os pés ao caminho e montar uma emboscada à frente da porta da igreja e quando eles forem a sair da missa, coisa que eu sei que eles não falham, apanho-os com a maior facilidade.
Telefonei ao Américo Oliveira e pedi-lhe para ele me ajudar nesta empreitada, pois não acredito muito no sucesso de uma emboscada montada por um homem só. O tempo está meio esquisito, mas espero que não chova, senão acontece o mesmo que nas eleições autárquicas do ano passado, em que passei lá toda a tarde sem poder dar um passo por causa da chuva que teimou em nunca parar.
Depois conto-vos o resultado desta minha diligência!

sexta-feira, 23 de maio de 2014

Unidades Militares!


Há dias lembrei-me que seria interessante ter uma lista de todas as Unidades Militares em que prestaram serviço os Combatentes de Macieira que são referidos neste blog. Para isso criei uma lista em que foram mencionadas as Unidades já aqui referenciadas e que podem consultar clicando sobre o respectivo link que aparece na coluna da direita do blog.
Conforme vá publicando o perfil de outros combatentes, o número da sua Unidade será adicionado  a essa lista pelo que estará sempre actualizada.
Este detalhe facilitará a vida a quem anda sempre à procura de dados sobre a Guerra Colonial e dos seus combatentes. Eu próprio sou obrigado a intensíssimas pesquisas em que se perde muito tempo, porque a informação existente não está sistematizada. Espero assim dar o meu contributo para facilitar a vida a quem se dedica a estas coisas. 

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Convívio 2014, sim ou não?

Quase 1 ano depois do 1º convívio dos Combatentes de Macieira nada se ouve sobre a hipótese de o evento poder repetir-se este ano. Pergunto-me se os organizadores deram o trabalho desenvolvido, no ano passado, por mal empregue e não estão dispostos a repetir a experiência. Ou então estão atrasados com a organização.
De um ou outro modo tenho pena se o convívio não se realizar e não se repetir todos os anos. Afinal é a única oportunidade de juntar toda a gente que se viu envolvida naquela guerra sem sentido que poderia ter sido evitada poupando muito sofrimento a muita gente se os políticos da época tivessem tido outra visão do problema. A guerra foi uma realidade que criou laços muito especiais entre os combatentes e deixou marcas que só a morte apagará. Evocar isso pode servir de lenitivo para algumas más recordações que possam persistir ainda na cabeça de alguns.
O melhor é pôr-me em campo e começar a fazer perguntas a quem de direito. Pode ser que um empurrãozinho ponha a coisa em marcha.

No ano passado foi assim!

sábado, 26 de abril de 2014

Heróis da Aguçadoura!

Ontem, dia 25 de Abril, houve cerimónias homenageando os ex-combatentes em várias localidades do país. Aqui bem perto de mim, na Aguçadoura, também assim aconteceu. Nunca tinha ouvido referir esse facto, mas nesta freguesia do concelho da Póvoa há um monumento em honra dos Combatentes da Guerra do Ultramar


e até um talhão no cemitério para onde foram trasladados os restos mortais do 9 filhos da terra que morreram nessa guerra. Soube pelas notícias que a cerimónia se tinha realizado e que são 9 (como aliás é visível no monumento) os filhos da Aguçadoura que tombaram em nome da Pátria.


A notícia veiculada pela Rádio Onda Viva não era muito clara, mas referia que a freguesia de Navais se tinha juntado à cerimónia e tendo em vista o número de bandeirinhas que se vê nesta imagem, o mais provável é que os seus mortos estejam também aqui sepultados. Na primeira ocasião hei-de passar por lá para tirar dúvidas e fazer uma fotografia mais ao meu jeito.

sexta-feira, 25 de abril de 2014

Valeu a pena esperar!

Finalmente chegou a informação que tanto esperava sobre a participação do nosso conterrâneo Joaquim Ferreira Dias na Guerra Colonial. Sem quaisquer comentários da minha parte vou deixar aqui na íntegra a mensagem recebida de um dos seus camaradas de batalhão.

Caro Camarada :

Vou responder às questões da sua mensagem, com os elementos que consegui reunir.

-- O camarada JOAQUIM FERREIRA DIAS foi nosso companheiro em Angola, como Soldado-atirador nº. 2863/1962, pertencente à Companhia de Artilharia 522 do Batalhão de Artilharia 525.

-- O Batalhão de Artilharia 525, composto pelas Companhias C. C. S. ; C.ART. 522 ; C.ART. 523 e C.ART 524 foi formado e mobilizado no Regimento de Artilharia 5 - Serra do Pilar-Vila Nova de Gaia.

Em 16/07/1963 depois de uma curta estadia em Viana do Castelo para preparação, seguiu para Lisboa onde embarcou no navio "UIGE" tendo chegado a Luanda (Angola) em 27/07/1963, "estagiando" alguns dias no Campo Militar de GRAFANIL (Luanda).

-- Em 04/08/1963 a C.ART 522 seguiu para BESSA MONTEIRO e as restantes seguiram para NANBUANGONGO onde fizeram uma "adaptação" à guerra com a experiencia do Batalhão do celebre Comandante TOTOBOLA.

-- Em 30/08/1963 a C.ART 522 seguiu para QUIPEDRO onde montou a sua base e as restantes avançaram mais cerca de 100 Kms para Norte para uma região ainda inexplorada chamada ENCOJE/MICULA.

-- Em 19/08/1964 o Batalhão deixa a "zona quente" e desloca-se para a região de CATETE ficando aí instalado na estrada que liga Luanda a Dondo e para Sul de Angola.

-- A C. C. S. ficou instalada em CATETE enquanto a C. ART. 522 ficou em BARRACA, a C.ART. 523 em CASSONECA e a C. ART. 524 em ZENZA DO ITOMBE, povoações da estrada acima referida.

-- Em 27/09/1965, cerca das 15H00 embarcamos em Luanda no navio "VERA CRUZ" e regressamos a Lisboa onde chegamos no dia 05/10/1965.



-- Mortos do Batalhão :

Tenente Coronel JOSE LOPES SANCHES FALCÃO ....... (Castelo Branco) - 25/01/1964 - ( C. C. S. )
Soldado CARLOS DE CASTRO SAMPAIO ..................... (Felgueiras) - 06/12/1963 - ( C. ART. 522 ) 
Soldado MANUEL JOAQUIM VIEIRA MARTINS ............... (Paredes) - 15/08/1964 - ( C. ART. 522 ) 
Soldado JOSE VELOSO GONÇALVES ........................... (Arcos de Valdevez) - 14/09/1963 - ( C. ART. 522 )
Soldado MANUEL CACHADA ......................................... (Vila Verde) - 03/09/1963 - ( C. ART. 523)
1º. Cabo ANTONIO TORRES FERREIRA ....................... (Trofa) - 15/08/1964 - ( C. ART. 524 )
Soldado MANUEL FERNANDO POMBO PINTO .............. (Setubal) - 13/09/1964 - ( C. ART. 524)

sexta-feira, 18 de abril de 2014

Ainda a CArt 522!

As minas foram, como se sabe, o pior dos inimigos dos nossos militares na Guerra do Ultramar Português. Principalmente nas picadas e nas pontes, mas também nos locais onde sabiam que os soldados tinham que ir recolher água para as suas necessidades diárias, as minas eram mais que muitas e todo o cuidado era pouco para evitar tropeçar com elas.
Em Moçambique, onde fiz a minha guerra, numa povoação das margens do Lago Niassa, não longe de Nova Coimbra, aconteceu um dos piores acidentes de que tenho ouvido falar envolvendo uma série de mortos e vários feridos. A província do Niassa ficou famosa por isso e foi até baptizada com o nome de «Estado de Minas Gerais» a zona do Lunho e povoações circundantes.
Mas não era só em Moçambique que havia minas. Também as havia na Guiné e em Angola, tal como se pode ler em imensos relatos feitos por ex-combatentes que enchem as páginas da internet. Na imagem abaixo podem ver-se alguns militares da Companhia de Artilharia 522, em que prestou serviço um dos nossos conterrâneos, na zona de Quipedro, em Angola, no momento em que recolhiam água para levar para o seu acampamento, aproveitando também para se refrescar do calor africano que, por vezes, quase fazia ferver o cérebro.


Unidades Militares - Lista!

A presente lista engloba toas as Unidades Militares em que prestaram serviço os Combatentes de Macieira. Como este trabalho ainda vai no início, a lista é relativamente curta, mas será actualizada cada vez que seja publicado o perfil de um novo combatente, desde que a sua Unidade seja  diferente das já listadas.
Como existem alguns casos que não se encaixam na descrição de Batalhão/Companhia, vou listá-los em primeiro lugar e depois seguir-se-ão, em ordem numérica crescente, todos os Batalhões e Companhias. Há também alguns casos de Companhias Independentes que ficarão listadas no início e com a referência C.I., em vez do número do Batalhão.

I - Pelotões
     De Morteiros 2005 - Guiné - 1968 a 1969

II - Comandos
     De Agrupamento 2950 - Angola - 1968 a 1970

III - Batalhões/Companhias
CART 6251 - Guiné - 1973
C.I.   252 - Cavalaria - Guiné - 1959 a 1961
C.I.   484 - Cavalaria - Angola - 1963 a 1965
525 / 522 - Artilharia - Angola - 1963 a 1965
1891 / 1559 - Caçadores - Moçambique - 1966 a 1968
1886 / CCS - Artilharia - Angola - 1966 a 1968
1893 / 1595 - Artilharia - Moçambique - 1966 a 1968
1911 / CCS - Caçadores - Guiné - 1967 a 1969
2869 / 2497 - Caçadores - Moçambique - 1969 a 1971
2872 / CCS - Caçadores - Angola - 1969 a 1971
2929 / 2692 - Caçadores - Angola - 1970 a 1972

IV - Fuzileiros
CF2 - Moçambique - 1962 a 1965
CF8 - Moçambique - 1965 a 1968
DFE11 - Moçambique - 1969 a 1972
DFE4 - Guiné - 1973 a 1974

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Batalhão de Caçadores 1911 - Guiné!

Há documentos importantes que fazem, ao fim e ao cabo, a verdadeira história da Guerra Colonial. Aquele que podem ver abaixo foi publicado por camaradas do Batalhão de Caçadores 1911 e por se tratar de uma Unidade Militar onde prestou serviço um ex-combatente de Macieira, o José Barbosa, decidi publicá-lo neste blog também.
Olhando para este documento entende-se melhor aquilo que se passou na Guiné e a quantidade brutal de vítimas que regaram com o seu sangue aquela antiga colónia portuguesa. Felizmente o nosso conterrâneo regressou são e salvo, com a graça de Deus.


Coisas que outros escreveram!

Hoje deparei-me com esta notícia na internet e decidi copiá-la para aqui, uma vez que tem a ver com a Unidade Militar em que prestou serviço o Viriato Barbosa.
Para aqueles que seguem este blog com algum cuidado, devo referir que o Viriato permaneceu em Angola durante mais dois meses, por causa do espólio do Batalhão, tendo regressado a Lisboa num navio diferente daquele que é aqui mencionado.

Nota cedida pelo veterano Agostinho Medroa:

Informação sobre o Batalhão de Caçadores 2872:

A unidade mobilizadora foi o RI2 então sito em Abrantes.
O Batalhão foi formado no Campo Militar de Santa Margarida tendo embarcado no Uíge em 8 de Maio de 1969 e regressado a Lisboa no Vera Cruz em 1 de Julho de 1971.

A sede do Batalhão esteve no Grafanil até Agosto de 1970 seguindo depois para o Lucusse (Zona Leste) onde foi rendido pelo B. Cav. 2902 em 13 de Junho de 1971.

As Companhias 2504 e 2505 estiveram no Norte (zona do Dange) e a 2506 esteve na Coutada do Mucusso. As três Companhias regressaram ao Batalhão na zona do Lucusse.

BART 1886 - Angola

À falta de melhor material para publicação neste blog, aqui fica uma montagem em video feita por um dos camaradas do Zé Rodrigues no Batalhão de Artilharia 1886 que fez comissão em Angola (Cabinda).

quarta-feira, 9 de abril de 2014

Dia do Combatente!

A Liga dos Combatentes no monte de S.Felix

Comemora-se hoje, em Portugal, o Dia do Combatente. A escolha desta data tem a ver com a batalha de La Lys e dos milhares de portugueses que ali deram a vida, há precisamente 96 anos.
A Liga dos Combatentes da Póvoa organizou a cerimónia em que esteve presente uma guarda de honra vinda do Quartel de Beiriz e que teve lugar na Praça Marquês de Pombal, junto ao monumento que ali existe. Todas as autoridades civis e militares da cidade estiveram presentes, houve discurso, uma coroa de flores e tudo o mais que é habitual nestas cerimónias.


Na falta de imagens da cerimónia de hoje ficam aqui as do ano passado que não devem diferir muito das de hoje, acredito eu.

domingo, 6 de abril de 2014

Combatentes - Joaquim Dias!

Nome - Joaquim Ferreira Dias
Nascido em 1942
Ramo das F.A - Exército
Especialidade - Atirador
Posto - Soldado
Mobilizado em - 16/7/1963
Unidade - Cart 522
Destino - Angola
Regresso - Novembro de 1965 (salvo erro).
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Infelizmente não consegui completar a informação que pretendia sobre este combatente. Um dos camaradas da mesma Companhia prometeu enviar-me os dados, mas, até hoje, nada de nada. Para não deixar o assunto adiado por mais tempo, publico aqui o que consegui e, se por acaso, aparecer mais qualquer coisa voltarei ao assunto.
Como era norma com quase todas as unidades, após desembarque no porto de Luanda o Batalhão 525 seguiu para o Grafanil, onde permaneceu por alguns dias até receber ordem de marcha para o posto que iria ocupar durante a comissão.


As Companhias, CCS, 522, 523 e 524, foram distribuidas pelos vários teatros de guerra na zona do Uíge e Bengo. Sabe-se que passaram por Bessa Monteiro, Quipedro e Catete, mas foi tudo o que consegui descobrir. Na internet não há nada relacionado com este batalhão, o que dificulta muito as pesquisas.

Instalações militares de Quipedro

quinta-feira, 27 de março de 2014

O Galhinho!

Hoje reservei o meu dia para investigar este macieirense que faz parte da lista dos combatentes. Como ele é já falecido não é possível recolher a informação necessária para completar o seu perfil. Encontrei na internet algumas referências à Companhia de Artilharia a que se supõe que ele pertenceu e iniciei uma série de contactos para tentar obter mais informações. Enviei alguns e.mails, já recebi uma resposta e espero, em breve, poder publicar a história completa.


Tinha recebido a informação que o Batalhão 525 passou a comissão na zona de Quipedro e Bessa Monteiro. Nas notícias encontradas na net fala-se em Micula e Catete e, provavelmente, Nambuangongo também. Não é grande coisa, mas é melhor que nada.

quarta-feira, 26 de março de 2014

A porta de entrada de Angola!


Quem combateu na Guerra Colonial em Angola é quase certo que reconhecerá esta imagem. Do porto de Luanda para aqui e daqui para todos os cantos de Angola onde havia actividade da guerrilha que lutava pela libertação do colonialismo.
Muitos milhares de soldados portugueses entraram e saíram por esta «Porta de Armas» do quartel do Grafanil que ficava uma dúzia de quilómetros fora de Luanda. E felizes daqueles que, depois de uma comissão de serviço com maior ou menor número de incidências, regressaram a este local, pois isso quis dizer que não tinham perdido a vida naquele inferno que tantas vidas da juventude lusitana ceifou, durante os 14 anos que a guerra durou.

sexta-feira, 21 de março de 2014

Ferramentas da guerra!


A grande maioria dos ex-combatentes não conhecem outra arma a não ser a G3. E talvez tenham visto, ouvido ou apanhado algumas Kalashnikov (AK47) ao inimigo durante as operações em que participaram. Outros, mais infelizes, sentiram na pele a mordedura das balas desta arma usada pelos ditos "turras", mas podem considerar-se com sorte aqueles que hoje estão vivos para ler esta notícia.
Muitos dos soldados portugueses que foram enviados para o Ultramar mal sabiam manusear a G3. Durante a instrução, uma rápida passagem pela carreira de tiro, meia dúzia de munições distribuídas a cada um e isso foi tudo o que lhes foi ensinado até se verem no meio da bagunça, em terras africanas. Aí acontecia aquilo que é costume dizer-se nestas situações - a necessidade aguça o engenho - e cada um desenrascava-se o melhor que podia.
Também houve alguns combatentes que conviveram com a nossa G3 durante dois anos, que embarcaram e desembarcaram em Lisboa, sem nunca terem disparado um tiro. Aliás, a guerra não é diferente de outros acontecimentos da vida, nela há os que morrem, os que quase morrem de medo e ficam afectados para toda a vida, os que escapam ilesos física e psicologicamente e há ainda os que passam por ela sem lhe sentir os efeitos.

quinta-feira, 13 de março de 2014

Morri e fui para o céu!

Um pouco triste por ver tanta gente de lágrima no olho por causa da minha partida, apresentei-me lá em cima pronto para o que desse e viesse. Depois de ouvir a versão dos católicos, das testemunhas de Jeová assim como de muçulmanos, hindús e budistas de um paraíso que nenhum terráqueo, depois de morto, se dignou vir contar-nos como é, eu estava cheio de curiosidade para ver qual destes crentes andaria mais próximo da realidade. Aquilo devia ser engraçado!
Inferno eu já sabia que não existia, pois isso não passa de uma invenção da padralhada para afastar a gente do pecado. Pecado que é, ao fim e ao cabo, tudo aquilo que gostamos de fazer ou nos dá algum prazer. Inferno temos nós nesta vida, convivendo com pessoas que não prestam, com doenças que aparecem de rompante e estragam a vida a qualquer um, com dificuldades de todos os tipos que nos tornam a vida nisso mesmo, um verdadeiro inferno.
Enquanto andei cá por baixo, eu ouvi as mais mirabolantes versões do que seria a outra vida, a eterna, mas nenhuma me deixou muito convencido. Sentado à direita de Deus Pai, por toda uma interminável eternidade, parecia-me uma incrível seca. Andar por ali a entoar melodias celestes na companhia dos anjinhos também não me parecia vida para mim, pois nunca fui grande amante da música, seja ela de que tipo for. Deitado à sombra de alguma árvore frondosa, a dormir uma soneca, agradava-me mais, mas será que haveria árvores no céu. Bem e eu também não poderia passar a vida toda a dormir.
E as pessoas? Quantas seriam, uma vez que o mundo é mundo há milhões de anos e morrem pessoas aos milhares todos os dias? E a questão da Língua? Do norte, do Sul, do Este e Oeste, das Áfricas e Américas, da China, da Índia e da Rússia, como se entenderiam todos? Não acredito que fosse por gestos! Aquilo devia ser pior que Nova Iorque em hora de ponta. Espero bem que me consiga fazer entender!


Mas, bem, voltemos ao princípio da história. Segundos depois de fechar os olhos vi-me num espaço vazio e sem ninguém para me dar as boas-vindas ou a quem perguntar o que deveria fazer de seguida. Não havia casas, nem árvores, nem rios, nem montes, mas especialmente não havia ninguém em lado nenhum. Um autêntico deserto. Por onde andaria toda a gente?
Não me podia sentar, pois nem um miserável banquinho havia, mas também não sabia para onde ir nem o que fazer. Que estranho sítio onde eu fora parar. Pus-me a pensar, o que era a única coisa possível numa situação daquelas, esperando que alguma ideia luminosa me indicasse um caminho. De repente a realidade atingiu-me com tanta força que quase a senti fisicamente. Então os mortos não abandonam o corpo na Terra sobrando apenas o espírito? E o espírito não é invisível? Ora aí está, assim se explica a razão de eu não ver ninguém em lado nenhum.
Compreendi de repente que aquilo que eu imaginara, um mundo onde todas as raças e credos conviviam em paz e harmonia, em que as vestimentas coloridas de uns contrastavam com a nudez ou a simplicidade dos trajes de outros, onde novos e velhos andavam lado a lado com a mesma desenvoltura, onde homens e mulheres ainda crianças, jovens e velhos tinham todos a mesma sabedoria e falavam dos mesmos assuntos com desenvoltura, esse mundo não existia lá em cima.
As pessoas, pura e simplesmente, não se viam nem falavam umas com as outras. Depois de morto, não havia nada que fazer, nada por que lutar, nada que cada um pudesse fazer diferente do que fazia o vizinho do lado. Ao chegar a esta conclusão, comecei a pensar que não me iria dar muito bem num sítio como aquele. Que poderia fazer para mudar aquele estado de coisas? Não me restava outra alternativa a não ser pensar. Talvez, quem sabe, Deus (que continuava invisível como sempre) me enviasse uma luz.
E, de súbito, essa luz atingiu-me mesmo em cheio até me fazer doer os olhos. Alguém acendera a luz do meu quarto e acordei em sobressalto.
Tudo não passara de um sonho!

quarta-feira, 5 de março de 2014

Sobre as ondas do mar!


Tenho quase a certeza que mais de metade dos Combatentes de Macieira, seja na ida ou na volta, viajaram a bordo do Vera Cruz para atingirem o «Teatro de Guerra» a que a sorte os destinou. Eu próprio tive essa sorte também na viagem de regresso da minha segunda comissão em Moçambique, no longínquo ano de 1968. Não sei o dia ao certo em que data zarpamos de Lourenço Marques, mas recordo que no dia 9 de Março estávamos em Luanda, onde festejei o meu 24º aniversário.
Pouco mais de uma semana depois entrávamos na barra do Tejo e desde o convés do navio avistei pela primeira vez a Ponte Salazar que ainda não existia quando saí com destino a Moçambique, em 1965. Dois meses mais tarde já tinha dito adeus à vida militar e à Guerra Colonial e entrava na vida civil para sossego da família e de mim próprio.
Entre os diversos navios que foram destinados ao transporte de tropas, este paquete só era batido pelo Infante D.Henrique que era um verdadeiro paquete de luxo, no qual regressei de Moçambique no fim da minha primeira comissão de serviço. Foi uma verdadeira viagem de turismo, com paragem na cidade do Cabo, nas Canárias e na Madeira, além de Luanda que era paragem obrigatória em todas as viagens de transporte de tropas. Mas em comparação, por exemplo, com o Niassa que era um autêntico ninho de ratos, o Vera Cruz era uma primeirinha e sorte tiveram todos aqueles que depois de uma dura comissão subiram a bordo para viajar até Lisboa, dizendo adeus à guerra da melhor forma.

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Alô juventude de Macieira!

Quero que leiam aquilo que a Jessica escreveu sobre a participação do seu avô na guerra (clicando neste link) e depois me expliquem a razão porque não consegui ainda descobrir nenhuma Jessica em Macieira de Rates. Sim, porque avôs que andaram na guerra há muitos, isso posso eu garantir.
E se não houver uma Jessica que se sinta capaz de ouvir a história da boca do seu avô e passá-la a palavras, talvez haja um João, António, Francisco ou Manuel que se sinta com capacidade coragem para o fazer. E se for preciso dar um jeito na escrita ou corrigir algum erro de ortografia cá estarei eu para o fazer.
E se houver um/uma primeiro(a) que o faça, acredito que outros se seguirão e teremos então um blog a sério sobre a história dos combatentes da nossa terra.

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Combatentes - Joaquim Ferreira

Em continuação do que foi escrito na mensagem anterior, aqui ficam os poucos dados que consegui juntar deste combatente, o mais novo dos três irmãos «Jangueiros» que participaram na Guerra do Ultramar. Como ele é já falecido, muito dificilmente conseguirei actualizar/completar esta informação. Bastaria descobrir a Unidade Militar em que prestou serviço para, através de algum camarada, ser possível estabelecer o seu percurso na guerra. Se isso vier a acontecer, cá estarei para actualizar o seu perfil.
Nome - Joaquim Carvalho Ferreira
Nascido em - 1953
Alistado em - 1973
Ramo da F.A. - Exército
Mobilizado em - 1974
Destino - Guiné
Regresso em - 1975


Combatentes - Agostinho Ferreira

Muitas famílias contribuíram com mais que um combatente para a Guerra do Ultramar. A família Carvalho Ferreira, conhecida em Macieira pela alcunha de «Jangueiro», foi uma delas. Em 1966 viu o seu filho António partir para Moçambique, em 1968 o Agostinho para Angola e em 1973 o Joaquim para a Guiné. Do António já aqui publiquei o currículo de combatente, mas dos outros não consegui qualquer elemento. Mesmo assim decidi publicar o pouco que se sabe deles e dar o assunto como arrumado até que surja qualquer coisa de novo que justifique a reabertura do processo. E, para respeitar os moldes das publicações anteriores, quero fazê-lo em mensagens separadas para cada um deles, de maneira a tornar mais fácil a localização a quem pesquisar no blog, começando com o Agostinho.
Nome - Agostinho Carvalho Ferreira
Nascido em - 1947
Alistamento em - 1968
Ramo das F.A. - Exército
Mobilizado em - 1968
Destino - Angola
Regresso em - 1970

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Boas memórias do Cabo!


Muitos dos combatentes que lutaram em Moçambique na Guerra do Ultramar, passaram pela Cidade do Cabo, na África do Sul. Os navios de transporte de tropas como o Infante D.Henrique ou o Vera Cruz, habitualmente, faziam lá uma paragem. Eu próprio estive lá duas vezes.
O Cabo da Boa Esperança, antes chamado das Tormentas, é conhecido de todos por causa da história dos Descobrimentos portugueses. Mas esse conhecimento resume-se a saber que se situa no ponto mais a sul do continente africano e nada mais. Mas o Cabo é muito mais que isso. O porto é fantástico, a montanha da Mesa impressionante, a cidade moderna e bem organizada e o clima, em que se pode ter sol, chuva e nevoeiro num só dia e com alguma frequência, é inesquecível.
Tenho alguns amigos que depois da guerra preferiram continuar em África e alguns deles acabaram a trabalhar na África do Sul. Lá se casaram e tiveram filhos e alguns moram lá ainda. Outros regressaram a Portugal depois de reformados, mas os filhos lá continuam até hoje. Há ainda muitos problemas por resolver naquele país, mas sem sombra de dúvida que há lá mais futuro que aqui na nossa terra.
A África do Sul mudou muito desde a última vez em que lá estive e quero crer que nem tudo mudou para melhor. Uma coisa boa foi o fim do Apartheid. Aquilo de ter os brancos separados dos negros em todo o lado era coisa de deixar um cristão louco. Nos transportes públicos, então era uma verdadeira aberração. E para nós portugueses, não poder dirigir a palavra a alguém só por causa da cor da pele era coisa que não nos cabia na cabeça.
Vem tudo isto a propósito de um morador da cidade de Bellville, cidade satélite situada a 20 Kms a nordeste do Cabo, ter visitado este blog. Será algum português, quiçá macieirense, que anda a ganhar a vida por aquelas paragens? Bem gostava de saber, mas como as pessoas teimam em não deixar qualquer comentário ao que vêem e lêem, não verei o meu gosto satisfeito.
Já não sei mais o que hei-de fazer para que as pessoas se interessem e participem no blog e reconheço que se não fosse o Facebook e os «amigos» que consegui arrebanhar na minha conta, ainda seria muito pior. Paciência!

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Uma volta de 50 anos!


Foi na famosa década de 60 (do século passado) que aconteceu a maior vaga de emigração de que há memória em Portugal. A falta de condições para a nossa sobrevivência obrigou-nos a procurar fora de Portugal aquilo que aqui não encontrávamos. A agricultura era a miséria que todos sabemos, pois ninguém consegue alimentar uma família com alguns carros de milho e umas pipas de vinho. As poucas batatas, feijão ou centeio que também se tiravam da terra eram basicamente para consumo próprio e não traziam ao lavrador o ganho necessário para a sua subsistência. Indústria era coisa que não havia e a construção civil ocupava pouca gente.
Por outro lado, havia as nossas colónias em África, mas o grande Salazar não achava que estivesse aí a solução para os nossos problemas e tudo o que ganhámos com isso foi uma guerra que levou à morte muita da nossa juventude dessa época. Quando as coisas estavam já condenadas à desgraça houve muita gente que partiu, principalmente para Angola, para depois terem que abandonar tudo e regressar de mãos a abanar. Lembro-me de haver quem dissesse, antes de ter começado a Guerra do Ultramar, que o ideal seria mudar a capital de Portugal para Luanda e devolver o «rectângulo luso, jardim à beira-mar plantado» aos espanhóis para fazerem dele o que quisessem.
É verdade que a guerra, como acontece em todas as guerras, provocou uma mudança radical nos hábitos dos portugueses. Partiram das suas aldeias com os olhos fechados e regressaram com outra visão do mundo. Aprenderam a andar pelo mundo e muitos nunca mais regressaram a casa.. Começou a haver dinheiro no bolso das pessoas que não provinha da agricultura e dava para outras larguezas. Ao mesmo tempo, com o afastamento da crise pós-II Guerra Mundial, a indústria começou a ganhar terreno e empregar muitas pessoas.
Mas o grande remédio para os nossos males foi a emigração. Os países europeus, destruídos pela guerra tinham que ser reconstruidos e para isso era preciso mão de obra que eles não tinham. Morreram milhões de pessoas na Europa nessa guerra e, principalmente, homens e jovens que eram quem empunhava as armas, tanto do lado de quem atacava como de quem defendia. De Portugal, assim como da Grécia, da Jugoslávia, da Itália e da Espanha, sairam os braços que foram substituir os que tinham tombado na guerra. Com isso resolveu-se o problema deles e também o nosso com a garantia de um emprego bem pago que na nossa terra não havia hipótese de arranjar.
Passados 50 anos, com o Império Ultramarino e a guerra que o tornou livre completamente esquecidos, voltamos ao mesmo. Basta entrar no Facebook para descobrir que metade da juventude da Macieira vive na emigração. Seja em Inglaterra, na Suíça ou no Canadá (nem falo na França ou Alemanha a quem ficamos ligados desde a primeira vaga da emigração) é vê-los agarrados ao computador ou telemóvel para se ligarem aos familiares e amigos que ficaram por cá. Sim, porque ir é preciso, mas as raízes com os nossos nunca são cortadas.
Até eu, através deste pouco frequentado blog, sinto a influência dos macieirenses que andam por fora ,pois são diárias as visitas de alguns que consigo identificar através das terras onde labutam para ganhar a vidinha. Aproveito para daqui enviar uma abraço para todos eles e dizer-lhes que se agarrem ao que têm, porque aqui a vida está cada vez mais negra (infelizmente).

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Estatísticas!

A estatística vale o que vale e eu sou dos que não lhe dão grande importância, mas também tenho curiosidade em saber os resultados e isso faz-me ir espreitá-los de vez em quando. Hoje resolvi publicar aqui o gráfico que mostra as visualizações das mensagens mais lidas, desde que iniciei este blog, há cerca de 8 meses. Isto serve para que vocês, os leitores dessas mensagens, vejam o que mais despertou a curiosidade dos outros visitantes. E alguns poderão regressar e ler de novo, ou descobrir que nunca as leram e tratar de o fazer agora.


Como podem ver, há várias informações nesta imagem e entre elas o número de comentários recebidos em cada uma. Há só 3 mensagens que mereceram mais de 100 visitas e a que tem direito ao 1º lugar chegou às 431, mas não ganhou nenhum comentário. Por outro lado a que ficou em 2º lugar, tendo conseguido apenas 183 leituras, teve 2 comentários. Com 115 leituras ficou aquela que ocupa o 3º lugar e sem comentários. E há apenas mais um comentário que foi feito na mensagem que ocupa o 7º lugar com 68 visualizações.
A mensagem mais lida de todas tem o título de «A Venda de Macieira» e conta a história do Sr. José Campos, do seu negócio e da sua família. Uma vez que despertou tão grande interesse gostaria de alargar o tema escrevendo mais alguma coisa sobre a família Campos, mas os meus conhecimentos sobre o assunto são muito poucos. Mesmo assim é assunto para pensar.

Os avanços da tecnologia!

Quem nasceu na primeira metade do Século XX testemunhou coisas que hoje parecem difíceis de acreditar, pelo menos a quem nasceu nos últimos 20 ou 30 anos. Ao ver um potente tractor lavrar um campo em poucas horas, ou segar um campo de erva em menos tempo ainda, não lhes será fácil imaginar uma junta de vacas galegas a puxar um arado durante horas a fio para lavrar o mesmo campo, ou quantas horas demoraria uma jornaleira, de foicinha na mão, a segar o mesmo campo de erva.
Máquinas e motores eram coisas muito raras nesses tempos e os animais domésticos, tais como cavalos, burros, bois e vacas, eram as grandes máquinas que ajudavam os lavradores nas suas tarefas. E do mesmo modo eram os motores dos nossos transportes puxando carros e carroças. Sem a sua ajuda a vida seria impossível.
Saí de Macieira em 1955, muitos dos que agora podem ler estas linhas não eram nascidos ainda. Era ainda o tempo em que o pão era feito em cada de cada um, pois padarias era coisa de que ninguém tinha ouvido falar ainda. Em cada casa havia um forno e uma masseira para preparar e cozer a fornada de milho que alimentaria a família durante uma semana inteira. E o milho para fazer esse pão era moído nas diversas azenhas que existiam ao longo do curso do rio de Macieira.
Morando no lugar do Outeiro, a azenha que nos servia era a do Tio Avelino Mariano, a primeira logo que o rio passa da freguesia de Gueral para Macieira. Esta azenha, além de moer o milho e o centeio que servia para fazermos o nosso pão, tinha também uma serra, movida pela mesma engrenagem que fazia girar a mó, que transformava toros de pinheiro ou eucalipto em tábuas e barrotes para todos os fins. No verão do ano passado, dei por lá uma volta para ver se ainda havia resquícios dessas engenhocas que me encantavam ver em movimento quando criança e vejam o que encontrei.





Tem cara de não funcionar há mais de 50 anos, mas a verdade é que ninguém quis ainda desmontar isto tudo e utilizar o espaço para outros fins. É bem possível que depois do Tio Avelino ninguém tenha operado esta máquina e o pobre homem já deve ter morrido há muitos anos. Depois do ano em que fiz o meu exame da 4ª Classe, foi a primeira vez que voltei a entrar nesta azenha.

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

A «Saúde» da nossa terra!


Tenho passado algumas vezes em frente ao edifício da USF que serve a nossa freguesia e, coisa estranha, nunca vi ninguém entrar nem sair do edifício, nem tão pouco a cirandar por ali como quem espera ser atendido. Confesso que me atravessou a mente o pensamento de que podia não haver ninguém interessado nos serviços que a Unidade de Saúde oferece. Ou pior ainda, que não haja pessoal para fazer aquilo funcionar. Espero bem que não seja uma nem outra coisa.


De facto não sei como isto funciona, mas acredito que por uma questão de economia esta USF deve servir mais que a freguesia de Macieira, talvez Courel ou Gueral e quem sabe Chorente. O edifício tem boa pinta, pelo menos por fora, e se o serviço que presta aos macieirenses tiver a mesma qualidade, então estamos todos de parabéns. É sabido que a saúde é o bem mais importante que temos e, como é costume dizer-se, não tem preço.
Acredito que são merecedoras da nossa gratidão as pessoas que deram o seu contributo para que este serviço tivesse ficado sedeado na nossa freguesia, pois é uma mais valia para todos que cá moram. Os meus parabéns!

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Querer saber não é pecado!


Alguém me sabe explicar porque é que sendo S.Adrião o orago de Macieira se comemora o dia e se faz a festa a S.Tiago?
Na Wikipédia não há nada sobre a nossa freguesia e na internet encontram-se algumas referências, como esta que se segue:
«Nas inquirições de 1220, ordenadas por D. Afonso II, Macieira de Rates é referida com a designação "de Sancto Adriano de Mazieira", estando integrada nas Terras de Faria».
Isto parece provar que já vem de longe a escolha do orago da nossa terra e como não há qualquer registo escrito referente ao período anterior a 1220, vamos ficar sem saber de quem foi a ideia.
Admitindo que algum padre, devoto de Santo Adriano (versão latina original do nome Adrião), paroquiou esta freguesia num passado remoto e decidiu recomendar as gentes da sua paróquia ao seu santo de devoção, então será conveniente que conheçamos um pouco da história deste santo. Vejam o que encontrei na internet sobre este santo:
«Nascido na África, no ano de 635, Adriano mudou-se para Nápoles com apenas 5 anos de idade. Ali se dedicou aos estudos transformando-se num homem dotado de uma sabedoria incomum. Era um profundo conhecedor da Sagrada Escritura e professor de grego e latim. Quando exercia o cargo de abade de um mosteiro na Itália, o papa o convidou para assumir o bispado de Cantuária, na Inglaterra. Humildemente, Adriano recusou o convite do papa. Porém, o papa voltou a insistir e, Adriano, então, sugeriu que convidasse um monge chamado Teodoro - mais tarde São Teodoro. O papa aceitou, desde que Adriano fosse junto, como colaborador direto de Teodoro. Nascia, assim, uma amizade histórica.
Adriano foi indicado, então, a abade do mosteiro de São Pedro e São Paulo, onde realizou uma profunda reforma no ensino, transformando o mosteiro em um centro de referência em toda a Europa. Depois de sua morte, no ano de 710,  Adriano passou a ser objecto de culto e reverência por seus ex-alunos, que organizavam peregrinações ao seu túmulo, como prova de reconhecimento por tudo o que haviam aprendido com o grande mestre».
À falta de melhor, vale mais saber isto que não saber nada sobre o nosso santo. E sobre de onde surgiu a ideia de festejar o S.Tiago, em vez de Santo Adrião, ainda se sabe menos. Nesse caso nem a intenet me safa!

sábado, 11 de janeiro de 2014

Imagens e paisagens!


Lembro-me de ver, nos velhos filmes americanos que contavam a história dos colonos europeus que se deslocavam para o oeste à procura de um lugar para se estabelecerem, uma casinha à beira da água e junto a um bosque que fornecia a madeira e lenha necessária à sua sobrevivência. A água e o fogo são as coisas indispensáveis à vida e eles sabiam o valor que isso representava, por isso a sua escolha criteriosa do lugar para se estabelecerem.
Lembrei-me disto há dias, quando observava a corrente do nosso rio, no sítio do Lobar, depois de alguns dias de muita chuva que o fizeram sair do seu leito habitual. E veio-me também à memória uma cantilena de que não recordo as palavras exactas, mas que rezava mais ou menos assim:
- Que grande felicidade é, à beira da água morar, quem tem sede vai beber, quem tem calma vai nadar!
Não conheço a família que mora naquela casa, mas quem a construiu deve ter andado a ver os mesmos filmes que eu. Embora haja um período do ano em que tanta água incomoda e seria mais bem vinda nos meses do estio, mais vale um pouco dela a mais que a menos.
Do lado de lá mora um irmão meu que trabalha na Córsega e veio cá passar o Natal e que eu pretendia visitar, mas a estrada encerrada não me deixou prosseguir viagem. E a nado também não me apeteceu fazer a travessia, de modo que virar para trás foi a única solução. Fica adiada a visita!

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Erro de percurso!


Tinha ouvido algumas críticas ao Jardim de Infância e na minha última passagem por Macieira resolvi tirar-lhe a fotografia. À primeira vista tenho que concordar com uma coisa, a obra devia ter começado a um nível superior, pelo menos mais um metro, para não ficar enterrada como ficou. Foi um erro de quem preparou o projecto ou quem liderou a construção.
Mas não há nada que não tenha remédio e se quiserem salvar a obra, o remédio é chamar uma escavadora e uns camiões para transportar o aterro e rebaixar toda a área. Depois é construir um muro de suporte do lado mais alto (poente) e mais umas escadinhas para o pessoal descer. A outra opção seria demolir, o que não me agrada, pois seria deitar fora tudo que ali se investiu.
Mesmo que ali nunca venha a funcionar um Jardim de Infância, o edifício poderá ser aproveitado para outras valências. Se calhar até para a Cruz Vermelha, cujas ambulâncias estão a precisar de um parque de estacionamento mais "arrumadinho" e o hipotético recreio das crianças está mesmo a jeito. Haja alguém que se apresente na Câmara de Barcelos com um plano bem delineado e as coisas começam a mexer.
Mas isto sou eu só a falar com os meus botões!

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

A nossa representação no concelho!


Numa das minhas passagens por Barcelos fotografei este "festão" da nossa freguesia. Chamo-lhe festão como podia chamar outra coisa qualquer, pois não sei que nome dão a este enfeite que representa as freguesias do concelho na Festa das Cruzes.
Ao olhar para ele notei duas coisas que me fizeram pensar. A primeira foi o tamanho das duas pipas que aparecem no nosso brasão. Será que o artista que idealizou esta obra teve medo que os macieirenses pudessem ser conotados com o vinho e desenhou-as tão pequenas que nem se vêem? O símbolo refere-se à produção e não ao consumo, portanto era escusado ter medo. Mas se calhar a razão foi outra e sou eu que estou a ver coisas.
A segunda coisa que me chamou a atenção foi a pobreza dos enfeites. Diria eu, sem ter passado em revista todo o recinto com o cuidado que o assunto merece, que o festão de Macieira era o mais pobrezinho de todos. Seria por falta de tempo, de recursos ou de arte? Uma vez que já faltam menos de 4 meses para a próxima Festa das Cruzes, espero que os responsáveis por esta obra comecem a pensar no assunto. Um bom planeamento é meio caminho andado para o sucesso. E a nossa freguesia merece destaque como uma das maiores e melhores do concelho.
Na próxima vez quero trazer uma fotografia mais bonita para publicar aqui. Não me deixem ficar mal!

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Regresso a Cabinda!

(Clique na foto para ampliar)
O José Rodrigues foi, tanto quanto sei, o único macieirense a pisar as terras de Cabinda. Já aqui escrevi sobre aquilo que me foi possível descobrir sobre esse ex-combatente, mas não tinha ainda conseguido obter uma fotografia que pudesse publicar. Finalmente, depois de muitas insistências, eis que ao cair do ano de 2013 ele aparece na minha mailbox. Tal como já tinha prometido ao seu filho Fernando (que me tem servido de interlocutor) aqui a deixo para ver se algum dos camaradas da Companhia a vê e o reconhece. E pode ser que isso motive alguns comentários de que este blog tão necessitado anda.