Para qualquer assunto relacionado com os combatentes podem contactar-me através do e.mail «maneldarita44@gmail.com»

quarta-feira, 5 de março de 2014

Sobre as ondas do mar!


Tenho quase a certeza que mais de metade dos Combatentes de Macieira, seja na ida ou na volta, viajaram a bordo do Vera Cruz para atingirem o «Teatro de Guerra» a que a sorte os destinou. Eu próprio tive essa sorte também na viagem de regresso da minha segunda comissão em Moçambique, no longínquo ano de 1968. Não sei o dia ao certo em que data zarpamos de Lourenço Marques, mas recordo que no dia 9 de Março estávamos em Luanda, onde festejei o meu 24º aniversário.
Pouco mais de uma semana depois entrávamos na barra do Tejo e desde o convés do navio avistei pela primeira vez a Ponte Salazar que ainda não existia quando saí com destino a Moçambique, em 1965. Dois meses mais tarde já tinha dito adeus à vida militar e à Guerra Colonial e entrava na vida civil para sossego da família e de mim próprio.
Entre os diversos navios que foram destinados ao transporte de tropas, este paquete só era batido pelo Infante D.Henrique que era um verdadeiro paquete de luxo, no qual regressei de Moçambique no fim da minha primeira comissão de serviço. Foi uma verdadeira viagem de turismo, com paragem na cidade do Cabo, nas Canárias e na Madeira, além de Luanda que era paragem obrigatória em todas as viagens de transporte de tropas. Mas em comparação, por exemplo, com o Niassa que era um autêntico ninho de ratos, o Vera Cruz era uma primeirinha e sorte tiveram todos aqueles que depois de uma dura comissão subiram a bordo para viajar até Lisboa, dizendo adeus à guerra da melhor forma.

Sem comentários: