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sexta-feira, 21 de março de 2014

Ferramentas da guerra!


A grande maioria dos ex-combatentes não conhecem outra arma a não ser a G3. E talvez tenham visto, ouvido ou apanhado algumas Kalashnikov (AK47) ao inimigo durante as operações em que participaram. Outros, mais infelizes, sentiram na pele a mordedura das balas desta arma usada pelos ditos "turras", mas podem considerar-se com sorte aqueles que hoje estão vivos para ler esta notícia.
Muitos dos soldados portugueses que foram enviados para o Ultramar mal sabiam manusear a G3. Durante a instrução, uma rápida passagem pela carreira de tiro, meia dúzia de munições distribuídas a cada um e isso foi tudo o que lhes foi ensinado até se verem no meio da bagunça, em terras africanas. Aí acontecia aquilo que é costume dizer-se nestas situações - a necessidade aguça o engenho - e cada um desenrascava-se o melhor que podia.
Também houve alguns combatentes que conviveram com a nossa G3 durante dois anos, que embarcaram e desembarcaram em Lisboa, sem nunca terem disparado um tiro. Aliás, a guerra não é diferente de outros acontecimentos da vida, nela há os que morrem, os que quase morrem de medo e ficam afectados para toda a vida, os que escapam ilesos física e psicologicamente e há ainda os que passam por ela sem lhe sentir os efeitos.

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