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quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Os avanços da tecnologia!

Quem nasceu na primeira metade do Século XX testemunhou coisas que hoje parecem difíceis de acreditar, pelo menos a quem nasceu nos últimos 20 ou 30 anos. Ao ver um potente tractor lavrar um campo em poucas horas, ou segar um campo de erva em menos tempo ainda, não lhes será fácil imaginar uma junta de vacas galegas a puxar um arado durante horas a fio para lavrar o mesmo campo, ou quantas horas demoraria uma jornaleira, de foicinha na mão, a segar o mesmo campo de erva.
Máquinas e motores eram coisas muito raras nesses tempos e os animais domésticos, tais como cavalos, burros, bois e vacas, eram as grandes máquinas que ajudavam os lavradores nas suas tarefas. E do mesmo modo eram os motores dos nossos transportes puxando carros e carroças. Sem a sua ajuda a vida seria impossível.
Saí de Macieira em 1955, muitos dos que agora podem ler estas linhas não eram nascidos ainda. Era ainda o tempo em que o pão era feito em cada de cada um, pois padarias era coisa de que ninguém tinha ouvido falar ainda. Em cada casa havia um forno e uma masseira para preparar e cozer a fornada de milho que alimentaria a família durante uma semana inteira. E o milho para fazer esse pão era moído nas diversas azenhas que existiam ao longo do curso do rio de Macieira.
Morando no lugar do Outeiro, a azenha que nos servia era a do Tio Avelino Mariano, a primeira logo que o rio passa da freguesia de Gueral para Macieira. Esta azenha, além de moer o milho e o centeio que servia para fazermos o nosso pão, tinha também uma serra, movida pela mesma engrenagem que fazia girar a mó, que transformava toros de pinheiro ou eucalipto em tábuas e barrotes para todos os fins. No verão do ano passado, dei por lá uma volta para ver se ainda havia resquícios dessas engenhocas que me encantavam ver em movimento quando criança e vejam o que encontrei.





Tem cara de não funcionar há mais de 50 anos, mas a verdade é que ninguém quis ainda desmontar isto tudo e utilizar o espaço para outros fins. É bem possível que depois do Tio Avelino ninguém tenha operado esta máquina e o pobre homem já deve ter morrido há muitos anos. Depois do ano em que fiz o meu exame da 4ª Classe, foi a primeira vez que voltei a entrar nesta azenha.

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