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terça-feira, 25 de junho de 2013

Ai que fome!


Nem só de tiros e rebentamento de minas se fez a guerra em Moçambique. Muito trabalho para ter instalações condignas e muita fominha porque o abastecimento era uma verdadeira dor de cabeça e nem sempre os mantimentos chegavam quando eram necessários.
Não posso esquecer-me de um período (durante o ano de 1967) em que ficamos isolados, com as estradas todas cortadas e a Força Aérea como único recurso para sermos abastecidos. O número reduzido de aviões que pudesse operar em pistas pequenas e uma avaria pontual fizeram com que ficássemos cerca de seis semanas sem abastecimento e o resultado via-se nitidamente no nosso paiol de géneros. Já só lá havia farinha, bacalhau e massa e o Cabo do Rancho e o Cozinheiro não sabiam o que apresentar na hora da refeição.
Valeu-nos a grande prodigalidade do Lago Niassa, no que refere à abundância de peixe e a habilidade do cozinheiro com os temperos para conseguirmos mitigar a fome. Mas mesmo assim não era coisa que nos mantivesse o físico em boa forma. Basta olhar para a foto acima para perceber isso!

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