A minha guerra, em zona de campanha, foi toda feita no distrito do Niassa, norte interior de Moçambique. A Marinha de Guerra Portuguesa construiu uma Base Naval nas margens do Lago Niassa e quando a guerra estourou, em Setembro de 1964, começou a guarnecê-la com Unidades de Fuzileiros, Lanchas de Desembarque e de Fiscalização.
Na noite de 24 para 25 de Setembro de 1964 foi transportado de avião, de Lourenço Marques para Vila Cabral, um pelotão de fuzileiros navais para fazer a guarnição da Base Naval e protegê-la de eventuais ataques da Frelimo. Eu tive a honra de fazer parte desse primeiro contingente de fuzileiros que pisou aquelas terras e tive o meu baptismo de fogo no dia 9 de Janeiro de 1965, quando incorporado numa patrulha formada por 10 homens caímos numa emboscada. Por sorte, apenas o nosso guia, um negro moçambicano, caiu ceifado por dois tiros certeiros.
Em meados de 1966, voltei a percorrer o mesmo caminho e passei cerca de 15 meses em Metangula. Em Metangula é uma forma de dizer, pois eram contínuas as saídas em operações, quer em terra quer embarcado dando protecção ou transportando outras tropas. A foto acima foi tirada numa tabanca enquanto fazíamos "psico" junto da população.
1 comentário:
Por acaso conheceu em Metangula um cabo artilheiro de apelido Monteiro, da tripulação de uma LDM 405 que teria regressado da guerra em 1969.
Há um amigo que anda à procura dele.
Se esse apelido lhe diz alguma coisa, responda ao meu comentário
João ferro
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