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quarta-feira, 19 de junho de 2013

Navegar através do mato!

O Lago Niassa é um verdadeiro mar. Dizem que tem tantas milhas de comprimento como dias tem um ano e tantas de largura como as semanas desse mesmo ano. É muita água!
Mas toda essa água sem navios que nela possam navegar é um autêntico bicho de sete cabeças. A Marinha de Guerra Portuguesa construiu uma belíssima Base Naval nas margens desse lago e levou para lá uma pequena lancha, de seu nome Castor, que era tudo que havia quando lá cheguei em 1964.
Mas conforme a guerra foi aumentando de ritmo e mais e mais efectivos se iam envolvendo nela, tanto do Exército como da Marinha, tornou-se necessário levar para o lago algumas lanchas de fiscalização e de desembarque que pudessem transportar e dar apoio às nossas tropas envolvidas no conflito. Foi durante os anos de 1966 e 1967 que se pôs em prática um mirabolante plano de levar, em cima de um comboio e depois em camiões, uma série de lanchas de um e outro tipo. Foi uma autêntica epopeia a viagem através da selva carregando uns bicharocos daquele tamanho.
Todos os militares portugueses que fizeram a Guerra do Ultramar nas margens do Lago Niassa as conhecem e muitos deles nelas viajaram de um lado para o outro. E não menos importante, foram ainda essas lanchas que garantiram o abastecimento a muitos postos avançados quando as estradas minadas não permitiam o acesso de camiões. Depois da independência lá ficaram para o pessoal da Frelimo as usar a seu bel-prazer.






1 comentário:

josé alves silva disse...

Não fazia ideia nenhuma da trabalheira que dava levar um barco para o lago Niassa,mas pelas imagens pode ver-se que tormento passaram.Hoje era mais fácil pendurado num eli.