Para qualquer assunto relacionado com os combatentes podem contactar-me através do e.mail «maneldarita44@gmail.com»

domingo, 25 de agosto de 2013

Notícia de torto!

«Notícia de Torto» é um dos mais antigos documentos portugueses guardado a sete chaves na Torre do Tombo. Nele se relatam todas as maldades feitas a D. Lourenço Fernandes da Cunha pelos seus inimigos na tentativa de despojá-lo da sua grande riqueza. Poderão perguntar o que me leva a trazer este assunto aqui, a este blog que apenas trata de Combatentes e de Macieira. Pois, pela simples razão de que este senhor, por volta do ano 1200, se casou com D. Sancha de Macieira, filha daquele que é o homem a quem se atribui o nome da nossa freguesia, D. Lourenço Gomes de Macieira.
Quem estiver interessado em conhecer em detalhe o conteúdo do documento, facilmente encontrará na internet mil e um sites que o apresentarão em linguagem original (latino/galega) ou traduzido para português actual.
De seguida deixo aqui algumas notas históricas sobre as primeiras famílias que viveram em Portugal, na região de Barcelos e Braga, e portanto com ligações estreitas aos primeiros habitantes de Macieira.

--- /// ---

Lourenço Fernandes da Cunha foi um dos cavaleiros que, em 1176, acompanharam o infante D. Sancho na incursão na Andaluzia e ataque a Sevilha, cujo bairro de Triana saqueou, regressando a Portugal carregado de despojos.
Entre 24 de Outubro de 1198 e Abril de 1202, casou com D. Sancha Lourenço, filha de Lourenço Gomes de Macieira, de quem teve cinco filhos - Vasco, Egas, João, Gomes e Martim, e quatro filhas - Urraca, Sancha, Mor e Maria. Segundo ele próprio declarou, teve também dois filhos ilegítimos - Vicente e Maria.
Seus filhos João e Martim foram criados, respectivamente, no lugar de Midões, da freg. de S. Paio de Carvalhal, e na de S. João de Bastuço (ambas c. Barcelos). Posteriormente, foram acolhidos os dois na freg. de Santa Maria de Nine (c. V.N. de Famalicão).
Sua filha Maria foi criada na freg. de S. Lourenço de Alvelos, onde criaram uma outra, cujo nome omitem. Por causa de uma terceira filha, criada por Paio Teles de Alvelos, foi honrada a quinta de Sobreiro, da freg. de Remelhe (ambas do c. de Barcelos).
Mercê dos bens herdados por ele e pela esposa; de numerosas compras, de que ainda existem 24 escrituras, além de referências nas Inquirições; de doações particulares e régias, e de ocupações abusivas, Lourenço Fernandes da Cunha tinha grande fortuna territorial, concentrada nos concelhos de Barcelos, Braga e Póvoa de Varzim, mas estendendo-se ainda aos de Guimarães, Santo Tirso, Coimbra, Tábua, termos de Águeda e Vouga e a outras terras.
Vasco Lourenço e Martim Lourenço da Cunha foram partidários fiéis do infante D. Afonso contra seu irmão D. Sancho II e grandes proprietários. Vasco Lourenço, além dos bens legados pelo irmão, tinha propriedades nas fregs. de Santo Adrião de Macieira (c. Barcelos), S. Bartolomeu de Tadim (c. Braga), Santa Maria de Terroso (C. Póvoa de Varzim) e S. Cristóvão de Rio Mau (c. Vila do Conde). As propriedades de Martim Lourenço localizavam-se nas fregs. de S. Pedro de Sã, hoje lugar de Santiago de Sequiade , e S. João de Bastuço (c. Barcelos), Santa Maria de Bagunte, Santa Marinha de Ferreiró ,Santo André de Parada, S. Miguel de Arcos (todas do c. de Vila do Conde), Santa Maria de Nine (c. V. N. Famalicão), e S. Tomé de Negrelos (c. Santo Tirso).

Sem comentários: