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sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Matos, Matos e mais Matos!


Hoje em dia falar no nome Matos em Macieira é o mesmo que falar na empresa de camionagem «Transportes Matos». No entanto há mais Matos do que à primeira vista se possa imaginar, diria mesmo que há Matos em todos os cantos e recantos de Macieira.
Além do meu amigo Quim Pimpa ou do seu primo Amaro que morava na Gandarinha, lembro-me de um outro Matos, ligeiramente mais velho que eu e que morava à entrada do caminho que vai para Penedo e que esta semana me comunicaram ter falecido há pouco. De qualquer modo lembro-me mais dos Matos da geração anterior, como o António e o Manuel pais do Amaro e do Pimpa, respectivamente, além dos outros irmãos.
Mas não pára aqui a lista dos Matos que quero aqui referir. Havia dois outros homens que usavam o mesmo apelido que, se a memória não me atraiçoa, eram de uma geração anterior às duas que já referi. Estou a falar do Tio Miguel do Matos que morava no alto da subida de Travassos, em frente à casa do Pereira, carpinteiro de profissão e de um outro, também carpinteiro, que morava no Lugar de Talho, na última casa que havia no caminho que vai para a azenha do Sá.
O Tio Miguel era padrinho de baptismo da minha irmã mais velha e por essa razão criou-se uma relação com a minha família que fez com que eu fosse visita habitual lá de casa. Perdia horas a vê-lo trabalhar e muitas vezes sonhei em tornar-me carpinteiro como ele. Mas enquanto a Terra vai dando voltas sobre o seu eixo, o nosso destino vai-se desenhando sem ter em conta muitos dos nossos sonhos de criança e eu de carpintaria conheço apenas o nome de algumas ferramentas.
O Matos que morava no Lugar de Talho e de quem não recordo o nome tinha um filho que se casou e fixou residência no Anjo (Argivai). Em 1961, quando o conheci, ele era Mestre de Obras, muito embora tivesse aprendido a profissão de carpinteiro com o pai. O meu pai estava cansado de pedalar até Macieira para visitar a família, a cada fim de semana, e decidiu mudar de residência. Por coincidência veio também morar para o Anjo, não muito longe do lugar onde morava o Matos. E uns meses depois de ali viver decidiu realizar um sonho que acalentava há muito, construir uma casa e deixar de pagar renda ao senhorio. E quem havia ele de escolher para lhe construir a casa? Nada mais, nada menos que o macieirense Matos, carpinteiro e mestre de obras.


Queria ainda contar uma outra coisa sobre o Matos de Talho que sempre retive na memória. Ele era um artista a fazer carros de bois e as grandes rodas chapeadas a ferro que saíam das suas mãos eram autênticas obras de arte. O progresso trocou esses carros por tractores que infelizmente são feitos noutros países e foi mais uma profissão que desapareceu de Macieira e, provavelmente, de todo o país.

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