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segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Nem Serafim, nem Benjamim e nem Manuel!


Hoje consegui dar um pequeno passo na história dos «Farinheiros». Depois de recorrer à ajuda do Pe. António Laranjeira para descobrir a data de nascimento do Serafim, o irmão mais velho, fui ao Registo Civil para ver se conseguia uma Certidão de Nascimento. Felizmente, no registo de baptismo constavam os nomes completos do pai e da mãe, senão ter-me-ia sido impossível conseguir a certidão. Baseado no nome próprio apenas nada se consegue, mas tive a sorte de haver no registo do pai um averbamento do nascimento do filho mais novo, o Manuel. E a partir do nome deste tudo se tornou mais fácil, foi só substituir o nome próprio e logo apareceu o registo.
A primeira dificuldade foi a data de nascimento que eu julgava ser do ano de 1944 e afinal era de 1943, mas aí contei com a ajuda do pároco que não encontrando o registo no ano que lhe indiquei começou a andar para trás indo encontrá-lo em Outubro de 1943. A segunda dificuldade foi com os apelidos. A partir de Silva Vitorino, do pai, e Rodrigues da Costa da mãe, eu nunca esperaria que os filhos se chamassem Costa e Silva. Pegar no último apelido da mãe já não seria normal, mas juntar-lhe o primeiro do pai seria de todo impensável. Só depois de ver o nome Manuel da Costa e Silva registado como filho do Tio David Farinheiro é que descobri o estranho nome do meu colega da Escola Primária, Serafim da Costa e Silva, de quem só recordava o primeiro nome.
Na posse da certidão atirei.me aos Cadernos de Recenseamento Eleitoral convencido que em três tempos descobriria o lugar onde mora actualmente. E foi aí que se acabou a minha sorte. Nem o Serafim, nem o Manuel, nascido em Março de 1949, constam dos Cadernos de Recenseamento. E isso quer dizer que é quase certo não morarem em Portugal. Ou nunca chegaram a sair de Angola, depois da independência, ou partiram para a emigração logo depois de cá chegarem e nunca se recensearam no país onde vivem.
Nos seus registos de nascimento não foi feito qualquer averbamento. Nem casamento, nem falecimento, nada de nada. É mais uma desgraça que teremos que atribuir à Guerra do Ultramar. Com a perda de Angola perderam-se também todos os registos dos portugueses que lá moravam à altura. Os organismos públicos, civis e militares, deviam ter transferido para Lisboa todo a documentação lá existente, mas é quase garantido que o não fizeram e assim é-me impossível descobrir o que se passou com eles.
Quanto ao Serviço Militar, devem tê-lo cumprido em Angola e não creio que haja maneira de confirmar isso agora. Ou seja, fui parar a um beco sem saída. A não ser que, por milagre, alguém que os tenha conhecido leia isto que estou a escrever e entre em contacto comigo, a história dos irmãos «Farinheiro» termina aqui.

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