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domingo, 8 de setembro de 2013

Moçambique - Relembrar a História!

Por ter sido combatente em Moçambique é natural que eu aborde com alguma frequência assuntos ou notícias que que têm a ver com esta antiga colónia portuguesa. Ontem comemorou-se o 39º aniversário do fim do domínio português sobre aquele país que durava desde Março de 1498, quando Vasco da Gama, a caminho da Índia, por lá passou e a assinalou como pertença da Coroa Portuguesa.
De 1498 a 1964 muitas coisas se passaram naquela terra e nem todas abonam em favor dos portugueses. Não admira portanto que sempre tenha existido na cabeça dos moçambicanos a ideia de se verem livres de nós. Na década de 60 do Século XX, os colonizadores europeus foram abandonando África e entregando o destino daquelas terras aos seus donos e senhores de antigamente.


Portugal e o seu ditador Salazar resolveram não seguir o exemplo dos outros países colonizadores preferindo envolver-se numa guerra que não beneficiou ninguém (salvo os abutres do costume) e trouxe sofrimento a muita gente. No caso particular de Moçambique, onde prestei serviço durante 5 anos, a guerra começou apenas em Setembro de 1964, enquanto que em Angola e na Guiné duravam já há mais de 3 anos.
Aconteceu o 25 de Abril em Portugal e a guerra acabou na África Portuguesa sem ter havido um vencedor ou um derrotado. Os governantes portugueses (de certo modo dominados pelos militares que não concordavam com a guerra) deram ordens para depor as armas e após algumas vergonhas que poderiam ter sido evitadas os combatentes portugueses regressaram a casa «sem honra nem glória».
No dia 7 de Setembro de 1974, o Dr. Mário Soares deslocou-se a Lusaka, capital da Zâmbia (antiga colónia britânica descolonizada em 1962) onde se encontrou com os representantes de Moçambique, assinou o acordo de paz e terminou com aquilo que o Vasco da Gama tinha começado em Março de 1498.


Rubricados a 7 de Setembro de 1974, os Acordos de Lusaka marcaram o fim da dominação colonial de Moçambique, após 10 anos de luta armada movida pela Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO) contra o regime colonial português e marcaram o início duma nota etapa na História do país.
Os acordos, que foram assinados por Samora Machel, Presidente da FRELIMO e primeiro Chefe de Estado de Moçambique independente, e pelo então Presidente português, Mário Soares, Moçambique, deram lugar a um governo de transição e que culminou com a proclamação da independência nacional a 25 de Junho de 1975.
Coincidentemente, hoje, Moçambique também celebre 25 anos da criação da Associação dos Combatentes de Libertação Nacional (ACLIN).
In Sapo (Mz)

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