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sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Santo Adrião de Macieira!

Pelo pouco que se sabe sobre Macieira, o seu primeiro nome terá sido Santo Adrião de Macieira (escrito assim, à moda romana ou galega tanto importa). Quando terá passado a designar-se por Macieira de Rates ninguém parece saber. Pesquisando sobre a origem de Rates, para tentar traçar um paralelo que possa unir as duas freguesias, também não se encontra nada de muito consistente.


A associação do nome de S.Pedro a Rates já parece ter algum fundamento na lenda de um fidalgo galego de nome Pedro (ou que adoptou este nome após a conversão) que teria sido convertido ao Cristianismo por S.Tiago Zebedeu, durante a viagem que este apóstolo de Jesus Cristo terá feito à província romana de Hispania, e nomeadamente a Compostela, por volta de meados do primeiro século da nossa era. Este fidalgo, um cristão novo, terá decidido viver em Rates e dedicado toda a sua vida à pregação da palavra de Deus. E segundo reza a lenda terá ali sido morto e enterrado por gente importante da região que não via com bons olhos a nova religião que ele pregava. Mais tarde, no sítio onde foi enterrado teria sido construída uma ermida, como reconhecimento da sua dedicação às coisas da religião católica.

Para complicar esta história houve um outro Pedro que, no último terço do Século XI, foi nomeado bispo de Braga e depois de renunciar ao cargo se recolheu a Rates onde veio a morrer e foi sepultado. E segundo rezam as crónicas, como era costume da época, dentro da ermida onde repousariam já os ossos do seu antecessor falecido cerca de mil anos mais cedo.
Pouco tempo depois aconteceu o casamento de D.Henrique de Borgonha com D.Teresa de Leão que recebeu a cidade da Braga e todas as suas possessões, Rates incluído, como dote de casamento. Foi esta D.Teresa, mãe do nosso primeiro rei, que mandou construir a Igreja Românica de Rates, como hoje a conhecemos, sobre as ruínas da primitiva ermida onde repousavam os ossos dos dois Pedros, o pregador galego do Século I e o bispo bracarense do Século XI.
Na velha Espanha do Século XI, havia três polos de suporte do Cristianismo, Toledo, Compostela e Braga. E como se depreende do facto de um velho bispo ter ali vindo morrer e de D.Teresa ter mandado construir a Igreja Românica, Rates era, nesses tempos, um posto avançado da fé católica e de suma importância para a arquidiocese de Braga.
Com o filho de D.Guterre Paes, amigo e conterrâneo do Conde D.Henrique, a dominar em Macieira e a D.Teresa como protectora de Rates, não me custa acreditar que as duas freguesias vivessem uma em função da outra, já nesse passado distante. No início do Século XII Braga foi oferecida ao Arcebispado, vendo aumentar assim de modo significativo a sua influência na região. E na sequência da reorganização que essa mudança de propriedade originou, não me custa acreditar que Rates tenha subido de nível dentro da Igreja, subalternizando Macieira que ficou na sua dependência. Creio que talvez dessa subalternização resultou o terem aposto ao nome de Macieira a designação de propriedade, ou seja, "de Rates".
Tudo que acabei de escrever é uma mistura de lenda, história e alguma teoria fabricada pela minha cabeça que gosta de esmiuçar estas coisas da história. Para aqueles que seguem estas coisas com interesse, tal como eu, acrescento um pequeno conselho:
- Leia tudo com cuidado e acredite se quiser!

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