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segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Combatentes - Aires Ribeiro!

Ontem estive em Macieira e encontrei-me com alguns dos Combatentes cujos dados ainda não tinha recolhido. Um deles é o Aires Ribeiro que foi para a Guiné e regressou antes do conflito armado ter começado. Sorte a dele que foi poupado a muitos dissabores. Eu tinha decidido não publicar os dados daqueles que estiveram no Ultramar antes da guerra propriamente dita ter começado, mas pensando melhor e uma vez que me foram fornecidos aqui vão eles, embora de uma forma reduzida.

Nome - Aires Alves Ribeiro
Ramo das FA - Exército
Número - 293/59
Unidade - Companhia de Caçadores Nº 52
Destino - Guiné
Partida - 12/8/59
Regresso - 24/8/61

Como estamos a referir-nos a um período de «antes da guerra» achei por bem trazer aqui uma pequena parte de um relato (muito bem feito) por um ex-combatente da Guiné que conta o antes, o durante e o depois de tudo o lá aconteceu. Intitula-se «O Princípio do Fim», foi escrita por José Marcelino Martins e publicada no blog do «Luís Graça & Camaradas da Guiné. Refere-se, no entanto, ao período após a comissão do Aires, pois nada escreveu sobre o período que vai de 1959 a 1961.


  1. Em 10 de Agosto de 1961 embarca com destina à Guiné a Companhia de Artilharia nº 250, mobilizada no Regimento de Artilharia Pesada nº 2, aquartelado em Vila Nova de Gaia, assim como a Companhia de Cavalaria nº 252, mobilizada no Regimento de Cavalaria nº 3, aquartelado em Estremoz, e a Companhia de Polícia Militar nº 257, mobilizada no Regimento de Lanceiros nº 2, aquartelado em Lisboa, para reforço da guarnição normal.
  2. A comissão da ONU responsável pelo acompanhamento dos territórios ainda sob dominação ou tutela colonial condena explicitamente, no mês de Novembro de 1961, por oitenta e três contra três votos, o governo português pela atitude de intransigência que mantém no que diz respeito à possibilidade de negociação dos processos de autodeterminação e independência das respectivas províncias ultramarinas.
  3. O Ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Dr. Franco Nogueira, entrega ao Presidente do Conselho de Ministros, Dr. Oliveira Salazar, em 12 de Janeiro de 1962, um documento intitulado “Notas sobre a Política Externa Portuguesa”. Neste Documento, de dezoito páginas, era preconizada a entrega de Macau à China e Timor à Indonésia, enquanto à Guiné e São Tomé e Príncipe seria dada a autonomia e independência. Os territórios de Angola, Moçambique e Cabo Verde seriam mantidos como colónias essenciais.
  4. Início, em 23 de Janeiro de 1963, da luta armada na Guiné, com um ataque ao quartel de Tite pelo PAIGC. Amílcar Cabral tentou fazer-se ouvir, com propostas e apelos ao diálogo, mas é com pelas armas que a Guiné se torna na segunda frente de combate africana.
  5. Nessa madrugada em que se deu o combate de Tite tombou o primeiro militar português, desconhecendo-se se por causa do fogo inimigo ou fogo amigo, sendo ele Veríssimo Godinho Ramos, Soldado Condutor Auto Rodas nº 834/59, do Batalhão de Caçadores nº 237, mobilizado no Regimento de Infantaria nº 6, no Porto, solteiro, filho de Joaquim Ramos e Ricardina Joaquim Godinho, natural da freguesia de Vale de Cavalos e concelho de Chamusca. Faleceu no dia 23 de Janeiro de 1963 durante o ataque a Tite, vitima de ferimentos em combate, Foi inumado no Cemitério de Vale de Cavalos.

2 comentários:

Unknown disse...

É sempre importante conhecer partes, ainda que menos positivas, da nossa história. Mais importância toma pelo facto de ter ficado marcada, para sempre, na memória de muitos portugueses.

Manel da Rita disse...

Olá Serafim
Por acaso tem algum combatente na família?
Pergunto isso porque tenho alguma dificuldade em contactar com a maioria deles e qualquer tipo de ajuda é bem vindo.