Para qualquer assunto relacionado com os combatentes podem contactar-me através do e.mail «maneldarita44@gmail.com»

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

A Maria do Rio!

Falar da Maria do Rio, em Macieira, é falar da filha da Casa do Novais do Rio, mulher sobejamente conhecida pela sua ligação à igreja e ao grupo de canto coral que animava as cerimónias religiosas a que eu assistia quando criança. Mas em minha casa falar da Maria do Rio era falar de uma das filhas da Tia Alzira do Torres e do Sr. Porfírio, aliás, Maria do Porfírio era outro dos nomes por que era conhecida É desta Maria que hoje vou falar, mas a história começa muitos anos antes.
A minha mãe nasceu em Rio Mau, mas ainda criança muito pequena mudou-se para Macieira. Embora a minha bisavó (a famosa Eusébia da casa do Velho que deu nome à família) fosse natural de Macieira casou para a freguesia de Barqueiros e foi lá que nasceu a minha avó. Os azares da vida levaram esta até Rio Mau e, anos mais tarde, já com uma filha pela mão foi ter a Macieira, talvez movida pelo chamamento dos seus antepassados. A Barqueiros nunca mais voltou, parece não ter ficado com saudades daquilo que deixou para trás, nem da terra nem da família.
Quis o destino que fosse morar para casa do Torres, no lugar de Talho. A minha mãe foi crescendo lado a lado com os filhos da família do Torres e com eles ganhando grande afinidade. Uma das filhas, a Alzira, era pouco mais ou menos da idade da minha mãe e, criadas juntas, ficaram amigas para a vida. Quando esta se casou com o Sr. Porfírio e foi morar para o Rio perderam o contacto estreito que vinham mantendo desde crianças, mas quando a sua filha Maria quis aprender a arte de costureira as coisas voltaram ao que eram. Era comum ver em minha casa a Maria, a sua mãe e alguma das irmãs. E era também usual nós irmos até casa da «Maria do Rio» por uma ou outra razão, qualquer desculpa servia.
Macieira não é terra de muitas nogueiras e como nozes era coisa que se não vendia nas lojas, quem tinha nogueiras comia nozes e quem não tinha ficava a ver navios. Uma das coisas que nunca se apagou da minha memória tem a ver com nozes e nogueiras que havia na Casa do Porfírio. Quando lá ia de visita não saía sem algumas nozes no bolso. Os poucos luxos que naqueles tempos tínhamos no Natal eram uns poucos de figos secos, algumas nozes, pinhões e castanhas. E quase tudo isto era colhido na natureza ou oferecido por quem tinha essas árvores em casa. Ainda não tinha chegado a era dos Continentes e Pingos Doces.


Na minha última passagem pelo Lugar do Rio apontei a câmara fotográfica para essa casa, onde não entro há perto de 60 anos, gravei a imagem sem nenhum propósito em especial e todas estas recordações me vieram à cabeça, como se tivesse regressado ao passado.

2 comentários:

Prazeres Rodrigues disse...

A pouco e pouco,vou armazenando conhecimentos,e gosto do que vou encontrando! Conheço un pouco Rio Mau,e un pouco Barqueiros, que esta perto da Povoa de Varzim.Hcho muito interessante este BLOG.Espero que continue ainda pour muito tempo.Para mim,começa a ser uma "atraçao" diaria

Manel da Rita disse...

Se houvesse alguém em Macieira para me dar uma ajuda a coisa tornar-se-ia mais fácil!